Político argentino quer Bolsonaro em congresso “contra a esquerda”
Javier Milei afirmou que ligará para Bolsonaro para montarem juntos uma estratégia de enfrentamento à esquerda na América Latina
atualizado
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Javier Milei, deputado federal e pré-candidato à presidência da Argentina, afirmou que ligará para o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) para que possam montar juntos uma estratégia com o objetivo de “enfrentar a esquerda” na América Latina. As declarações foram feitas ao jornalista Diego Sehinkman, da emissora TN.
Para combater o Grupo de Puebla, espaço de lideranças ibero e latino-americanas com ideais intitulados progressistas e que Milei compara à União Soviética, ele deve propor a criação de um Congresso de Direita.
“A esquerda teve muito sucesso em seu plano que promoveu o Fórum de San Pablo, hoje o Grupo Puebla, que é a ideia da União Soviética latino-americana. Todos nós começamos a trilhar o caminho de Cuba. O que eles disseram em Cuba? ‘A Venezuela não vai ser Cuba’. E agora dizem: ‘A Argentina não vai ser a Venezuela’ e o Chile diz: ‘O Chile não vai ser a Argentina’”, discursou Milei.
Milei é chamado de “Bolsonaro da Argentina” e é apontado como candidato à Presidência do país vizinho contra o kirchnerismo e o peronismo. Atualmente, a Casa Rosada, sede do governo, está sob comando de Alberto Fernández.
O congresso, segundo Milei, deverá ser um lugar de debate para traçar estratégias que solidifiquem a volta da direita na América do Sul, derrotada nas últimas eleições em países como no Peru (2021), Chile (2021), Colômbia (2022) e Brasil (2022).
Críticas a Lula
Apesar do interesse em se alinhar a Bolsonaro, Milei evitou se posicionar sobre a decisão do ex-chefe de Estado brasileiro de não passar o cargo a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após perder a reeleição. “É uma decisão de cada um […], não é uma questão que tenha a ver comigo”, afirmou.
E enquanto evitou criticar Bolsonaro, condenou Lula por “reprimir” pessoas que “queriam que eles esclarecessem o resultado das eleições um tanto obscuras” e defendeu que os ataques contra os órgãos públicos federais ocorridos no dia 8 de janeiro não foram uma tentativa de golpe de Estado.
“Os manifestantes não tinham armas”, defendeu – apesar da afirmação, os terroristas levaram arma do GSI no Palácio do Planalto, além de usarem objetos para quebrar vidros e rasgar obras. Durante a entrevista, porém, se colocou contrário a qualquer ato violento. “Não sou comentarista de Bolsonaro”, disparou ao ser questionado por que não condenava aqueles atos de janeiro.
Líder nas pesquisas
A nova “onda rosa, das esquerdas na região deve ser freada na Argentina, se as pesquisas de intenção de voto se confirmarem. A oito meses da eleição de outubro, Milei desponta como 18,1% das intenções de voto dos argentinos. Ele é seguido da vice-presidente Cristina Kirchner, com 13,1%. Em terceiro lugar está o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, com 9,1%.
Fernández aparece com 4% das intenções de voto.
A pesquisa acima foi feita pela consultoria Federico González e Associados em 30 de janeiro e divulgada pelo jornal Cronista dia 31 de janeiro.