Piñera pede que todos seus ministros entreguem os cargos no Chile
Objetivo do presidente é fazer uma reforma ministerial para atender as demandas sociais dos manifestantes que há nove dias tomam as ruas
atualizado
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O presidente do Chile, Sebastián Piñera, pediu neste sábado, 26 que todos os ministros de seu gabinete coloquem o cargo à disposição. O objetivo do presidente é fazer uma reforma ministerial para atender as demandas sociais dos manifestantes que há nove dias tomam as ruas do país reivindicando melhores condições de vida.
Ainda neste sábado, o presidente prometeu retirar o estado de emergência a partir do domingo, caso as circunstâncias permitam. Pela manhã, o Exército retirou o toque de recolher que vigorava em Santiago há uma semana.
Ontem, a maior manifestação desde o retorno da democracia ao Chile, em 1990, reuniu 1,2 milhão de pessoas nas ruas de Santiago, uma cidade de pouco mais de 6 milhões de habitantes, e aumentou a pressão sobre Piñera. Houve atos em outras cidades como Valparaíso, Concepción e Punta Arenas.
“Pedi os cargos de todos os ministros para reestruturar o gabinete e atender às novas demandas”, disse Piñera.
Pedido de perdão e série de concessões
Após dizer no começo da semana que estava em guerra contra os manifestantes, Piñera mudou de tom e cedeu em diversos pontos. Anunciou uma série de benefícios sociais e permitiu a investigação de denúncias de violações de direitos humanos por parte da polícia e do Exército.
A repressão aos protestos deixou 19 mortos desde o dia 18. Piñera chegou a pedir “perdão” nesta semana pela “falta de visão” em relação às mobilizações no país. A agenda social anunciada pelo presidente na quarta-feira inclui um aumento de 20% nas pensões e de 16% no salário mínimo, além de um projeto para reduzir os preços de medicamentos e reduzir o salário dos parlamentares, que recebem US$ 14 mil.