Piñera diz que frases de Bolsonaro sobre ditadura são “infelizes”
Presidente do Chile se distanciou das declarações a respeito das ditaduras latino-americanas: “Não compartilho muito do que Bolsonaro fala”
atualizado
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O presidente chileno, Sebastián Piñera, disse neste domingo (24/3) que as declarações de Jair Bolsonaro (PSL) sobre a ditadura naquele país foram “tremendamente infelizes”. Piñera elogiou o chefe de Estado brasileiro, mas disse que não concorda com as declarações dele a respeito dos períodos ditatoriais nos países latino-americanos. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
Bolsonaro já elogiou abertamente a ditadura do general chileno Augusto Pinochet, que comandou o país de 1973 a 1990. Mais de 3 mil pessoas foram mortas durante o regime militar que o levou ao poder. O presidente do Brasil afirmou, no decorrer de uma entrevista em 2015 – época em que ainda era parlamentar –, que Pinochet “devia ter matado mais gente”. Quando ainda deputado federal, Bolsonaro também enviou um telegrama ao filho do general, referindo-se ao ditador como “saudoso”.
Piñera citou, como exemplo, uma frase que estampava um cartaz que ficou anos fixado no gabinete do deputado: “Quem procura osso é cachorro”. A imagem ironizava a busca por desaparecidos da guerrilha do Araguaia, na década de 1970. O “slogan” apareceu em mensagens de protestos contra a presença de Bolsonaro no Chile.
O presidente chileno disse que declarações como essa “são tremendamente infelizes”. “Não compartilho muito do que Bolsonaro diz sobre o tema”, completou.