Partidos alemães atacam Bolsonaro por declarações sobre o nazismo
A deputada Yasmin Fahimi, criticou o presidente dizendo que os “nazistas também usaram o termo ‘social’ como uma máscara”
atualizado
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Alguns dos partidos mais tradicionais da história da Alemanha pós-Hitler atacaram o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), por seus comentários sobre a origem do nazismo. As informações são do UOL.
Ao blog, a deputada do Partido Social-Democrata (SPD), Yasmin Fahimi, não poupou críticas ao chefe do Executivo. “Os nazistas também usaram o termo ‘social’ como uma máscara para seu real programa político”, disse Fahimi, que faz parte do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento alemão.
“O fato de Jair Bolsonaro estar usando a mesma estratégia de mentiras é uma ridicularização inaceitável das vítimas que foram mortas pelos nazistas”, disse Fahimi.
O chefe do Comitê Internacional do partido Die Linke, Heinz Bierbaum, criticou tanto quanto Fahimi o presidente. Bierbaum disse que Bolsonaro pode ser chamado de fascista. “Desprezando a democracia, as conquistas do Estado de Direito, ele ataca esquerda, LGBT’s, povos indígenas, afro-brasileiros, minorias e ativistas”, declarou.
Bierbaum completou ainda que as declarações do magistrado sobre o nazismo são uma “completa distorção dos fatos históricos”. “Eles não foram responsáveis apenas pela morte de seis milhões de judeus, mas também de 20 mil membros de partidos de esquerda”, completou.
“Nazismo é de esquerda”
Em viagem a Israel, o presidente se encontrou com integrantes da comunidade brasileira que vive na cidade de Raanana, a 30 km de Tel Aviv, em Israel. Na ocasião, Bolsonaro fez coro ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ao dizer que o nazismo foi um movimento de esquerda.
Ao ser questionado se concorda com a opinião defendida por Araújo, o presidente concordou. “Não há dúvida. Partido Socialista… como é que é? Da Alemanha… Partido Nacional Socialista da Alemanha. Não há dúvida [que era de esquerda]”, disse.