Parlamento do Peru escolhe Francisco Sagasti como novo presidente
Ele será o terceiro a ocupar o cargo em uma semana, com o desafio de encerrar uma crise política que levou milhares às ruas
atualizado
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O parlamentar centrista Francisco Sagasti foi eleito nesta segunda-feira (16/11) pelo Congresso como o novo presidente do Peru, o terceiro a ocupar o cargo em uma semana, com o desafio de encerrar uma crise política que levou milhares de cidadãos indignados às ruas.
Engenheiro de 76 anos que trabalhava para o Banco Mundial, Sagasti foi eleito o novo presidente do Congresso, mas automática e imediatamente assume a chefia de Estado, de acordo com a Constituição.
Fragmentado e impopular, o Congresso peruano chegou nesta segunda-feira a um acordo depois de uma primeira votação fracassar à meia-noite e rejeitar o único nome apresentado na ocasião, Rocío Silva-Santisteban – uma defensora de direitos humanos de esquerda.
“Existe uma imaturidade política de alguns e uma falta de autoconsciência de outros diante do que aconteceu no país na semana passada”, disse o parlamentar Alberto de Belaúnde, do Partido Morado, a repórteres.
Agora sua sigla de centro indicou o parlamentar Francisco Sagasti. “O principal para o Peru é recuperar a estabilidade e esse pesadelo acabar”, acrescentou Belaúnde.
A crise recente começou quando o presidente Martín Vizcarra, um político popular independente que se chocava há tempos com o Congresso devido à sua posição anticorrupção, foi retirado do cargo pela legislatura na semana passada devido a alegações de corrupção – que ele nega.
Foi o segundo processo de impeachment enfrentado por Vizcarra em dois meses, após ele sobreviver ao primeiro em setembro.
Merino, que como presidente do Congresso comandou as duas iniciativas de impeachment, sucedeu Vizcarra, mas também renunciou depois que duas pessoas morreram em protestos contra seu governo recém-formado e parlamentares ameaçaram afastá-lo a menos que ele deixasse o posto.
O principal tribunal do Peru também começará a debater nesta segunda-feira se o impeachment e o afastamento de Vizcarra foram constitucionais, o que pode abrir as portas para uma volta dramática.