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Okamotto minimiza polêmica de apartamento alugado por Bumlai

O presidente do Instituto Lula minimizou o fato de o imóvel estar no nome de um primo do pecuarista José Carlos Bumlai

atualizado

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Heinrich Aikawa/Instituto Lula
Paulo Okamotto
1 de 1 Paulo Okamotto - Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou na manhã desta segunda-feira (7/3), que o apartamento vizinho à residência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era e continua sendo alugado desde à época em que o petista estava no governo.

Okamotto minimizou o fato de o imóvel estar no nome de um primo do pecuarista José Carlos Bumlai. Segundo o presidente do instituto, o dono do imóvel não poderia ser uma pessoa desconhecida.

“Aquele prédio de São Bernardo foi alugado e o aluguel continua, em vez de estar alugado pelo governo, agora está alugado pelo presidente” afirmou. “Ali precisava ser de alguma pessoa que comprasse aquilo e não tivesse interesse de usar. Todo mundo que comprasse aquilo saberia que aquilo ali sai de frente a frente ao apartamento (de Lula). Você ser vizinho de um político sempre tem transtorno, então a pessoa que vai comprar não pode ser uma pessoa desconhecida”, prosseguiu.

A cobertura do edifício Hill House, em São Bernardo, é o apartamento número 121, fica em frente à residência do petista, de número 122. O aposentado Glaucos Costamarques, primo de Bumlai, é o dono do imóvel.

Segurança
Lula usa a cobertura desde o primeiro ano de seu governo, 2003. Segundo apurou o jornal, até 2007 o PT pagava pela despesa. No segundo mandato, o governo assumiu os custos, sob a justificativa de que era necessário para garantir a segurança do então presidente.

Glaucos negou à reportagem que a compra do imóvel tenha sido um pedido de Bumlai. O pecuarista foi preso na Lava Jato, suspeito de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

A cobertura foi alvo de busca e apreensão na 24ª fase da Lava Jato, deflagrada na sexta-feira, 4, e que levou Lula a depor à força à Polícia Federal no aeroporto de Congonhas. Okamotto também foi levado a depor coercitivamente e, segundo a PF, é suspeito de viabilizar a lavagem de R$ 1,292 milhões de pagamentos da empreiteira OAS para o ex-presidente Lula.

Questionado sobre as suspeitas que o envolvem, Okamotto desconversou. “Lavagem de quê?”, questionou. Ele relatou que, na sexta-feira, a PF o questionou sobre o funcionamento do instituto, a realização das palestras do ex-presidente e a arrecadação.

“Perguntaram como funciona o instituto, expliquei a finalidade de preservar o legado do presidente, o trabalho do presidente na América Latina e na África. Perguntaram como é a arrecadação, quem fazia os contatos com a arrecadação, expliquei que era eu. Perguntaram sobre as palestras, essas coisas.”

Okamotto disse que, além de demonstrar com provas à Justiça que não há irregularidades nas atividades do instituto e do ex-presidente Lula, é importante a comunicação com a população.

“Temos também que dialogar com a população, com o povo brasileiro. Vamos explicar como são feitas as palestras, em que países aconteceram. Vamos explicar o que se faz com os recursos do instituto Lula, para desmistificar. De uma certa forma o presidente Lula foi muito humilhado, a família dele humilhada. Ao longo desses anos todos, as pessoas vêm falando que ele é o homem mais rico do Brasil, outras pessoas falam que ele é dono da Telemar, dono da Oi, da Friboi, tem fazendas, helicóptero, ilha, há uma cultura de que o Lula, sua família, seu entorno… Precisamos dialogar com a sociedade brasileira, explicar essa situação, porque isso não vai levar a lugar nenhum”, disse.

Oposição
A oposição ao governo na Câmara quer que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprove que realmente paga aluguel por uma cobertura em São Bernardo do Campo (SP) pertencente ao aposentado Glaucos da Costamarques, primo do empresário José Carlos Bumlai, amigo do petista preso na Operação Lava Jato.

“Como homem público, ele tem o dever de comprovar (que realmente pagou aluguel), fazer os devidos esclarecimentos”, disse o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). A oposição ainda estuda se formalizará um requerimento para que o ex-presidente demonstre o pagamento.

Está se transformando em hábito dizer que tudo pertence aos amigos. É muito estranha mais esta revelação. Obriga o ex-presidente Lula a, mais uma vez, se explicar. Sobre o tríplex e o sítio em Atibaia, nada do que ele falou até agora, convence

Antonio Imbassahy

“Com certeza, é mais um caso de ocultação de patrimônio, assim como o sítio e o tríplex, comprados por meio de laranjas como uma forma de manter uma imagem de líder operário, enquanto vai enriquecendo”, disse Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara.

Essa segunda cobertura em São Bernardo já era usada por Lula desde o primeiro ano na Presidência, em 2003. Até 2007, o PT pagou pelas despesas do imóvel para que ele guardasse o acervo que doou ao partido. No segundo mandato, o governo assumiu os custos sob a justificativa de que era necessário para a segurança do então presidente.

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