Nos EUA, papa Francisco elogia Obama por combate a mudanças climáticas
O líder católico defendeu o combate a mudanças climáticas e opinou sobre imigração e família
atualizado
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O papa Francisco foi recebido nesta quarta-feira em uma elaborada cerimônia na Casa Branca, durante a qual ele elogiou os esforços do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para combater as mudanças climáticas. Segundo o pontífice, os católicos norte-americanos estão comprometidos para construir uma sociedade tolerante e inclusiva, que rejeita a discriminação
“Senhor presidente, eu acho encorajador que você esteja propondo uma iniciativa para reduzir a poluição do ar”, disse o papa durante sua primeira fala pública após chegar aos EUA, na terça-feira. “Aceitando a urgência, parece claro também para mim que a mudança climática é um problema que não pode mais ser deixado para uma geração futura”, afirmou Francisco. “Quando se trata de nossa ‘casa comum’, nós estamos vivendo um momento crucial da história.”
Com suas declarações, o papa entra em um debate político acirrado em Washington, onde Obama e seus colegas democratas defendem iniciativas para combater a mudança climática rechaçadas pela oposição republicana.
O pontífice tocou ainda em outros assuntos que atualmente dividem as lideranças políticas dos EUA, incluindo imigração e casamento gay. “Como filho de uma família imigrante, estou feliz em ser recebido neste país, construído em grande medida por essas famílias”, disse o pontífice argentino, cuja família tem origem italiana. Francisco disse que ainda sua visita nesta semana à Filadélfia servirá para “celebrar e apoiar as instituições do casamento e da família, neste momento crítico da história de nossa civilização”.
Obama também aproveitou para tocar em aspectos de sua agenda política. Diante do papa, qualificado por ele como um “profundo exemplo moral”, Obama agradeceu pelo apoio ao pontífice à retomada nas relações diplomáticas entre os EUA e Cuba, além de lembrar o apoio de Francisco às iniciativas para combater a mudança climática.
Quinze mil pessoas foram ao jardim da Casa Branca receber o papa, na cerimônia que envolveu meses de preparação. Ontem, Obama deu uma mostra da singularidade dessa visita, indo com a família receber o pontífice na pista do aeroporto, na terça-feira, quando o avião pousou na base aérea Andrews, em Maryland. O papa tem sido alvo de uma série de formalidades geralmente concedidas a visitas de Estado.
A primeira-dama, Michelle Obama, e o vice-presidente Joe Biden, com sua esposa Jill, também estavam presentes para a cerimônia na Casa Branca. Obama e o papa terão um encontro privado, sem assessores, no Salão Oval.
O pontífice fica dois dias de agenda cheia em Washington, incluindo um discurso aos bispos, a celebração de uma missa e também encontros com sem-teto. Na quinta-feira, ele fala no Congresso e depois segue para Nova York.
Os democratas e os republicanos compartilham em geral sua admiração pelo papa. Os dois lados normalmente ressaltam as áreas de concordância com o pontífice, minimizando as diferenças Os republicanos concordam, por exemplo, com a oposição católica ao aborto.