No Japão, Trump diz que Bolsonaro é “muito amado pelo povo brasileiro”
Os dois presidentes se encontraram para tratar de assuntos como a situação na Venezuela e a guerra comercial entre Estados Unidos e China
atualizado
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Enviada especial a Osaka (Japão) – Em um encontro bilateral em Osaka, no Japão, os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), e dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçaram a aproximação, já evidente desde a primeira reunião entre ambos, em março, em Washington. Os dois colegas não economizaram na troca de elogios.
O norte-americano afirmou que a relação com o Brasil não poderia estar melhor e elogiou Bolsonaro, “muito amado pelo povo brasileiro”.
No encontro, os dois voltaram a falar da situação da Venezuela. Segundo o porta-voz da presidência, general Otávio do Rêgo Barros, eles discutiram mecanismos de pressão econômica sobre outros países que apoiam o regime de Nicolás Maduro, entre eles Cuba, “para desidratação das fontes financeiras da Venezuela”.
Bolsonaro também tratou com Trump a respeito do desejo do Brasil de entrar para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil pediu o suporte do norte-americano para o pleito, em Washington. Trump declarou apoio, mas o fato é que há uma fila para admissão de novos integrantes na organização. A Argentina pediu o ingresso há mais tempo e está à frente do Brasil.
Bolsonaro convidou o presidente norte-americano para visitar o país, antes das eleições nos Estados Unidos, em 2020, quando Trump deverá ser candidato à reeleição. Segundo o presidente brasileiro, isso mostraria ao mundo “que a política no Brasil mudou de verdade”.
“Nos interessa e temos o prazer de nos aproximarmos dos Estados Unidos”, afirmou Bolsonaro. Trump disse que quer visitar o Brasil, mas não marcou data.
Tal como já fizera em Washington, Bolsonaro se derramou em elogios ao colega norte-americano. “Temos muita coisa em comum, são dois grandes países, que juntos podem fazer muito pelos seus povos. Nós temos no Brasil coisas que o mundo não tem. Estamos à disposição para conversar com Trump, fazer parcerias e desenvolver o nosso país”, disse Bolsonaro.
Trump retribuiu dizendo que “o Brasil tem ativos que nenhum outro país no mundo tem, muita terra e água. Temos muito a fazer juntos. Estamos aqui para falar sobre comércio, podemos intensificar isso mais ainda.”
O presidente Bolsonaro também se encontrou com a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, em Osaka. Foi, porém, um encontro informal. Ainda na Alemanha, antes de embarcar para o G20, Merkel disse que estava preocupada com o desmatamento no Brasil e que gostaria de ter uma conversa “clara” com Bolsonaro sobre o assunto.
Ao chegar a Osaka, Bolsonaro disse, em resposta, que não está no G20 para ser advertido por nenhum país. A assessoria não divulgou os temas tratados no encontro.