Netanyahu supera escândalos e vence eleição em Israel
Com ajuda de aliados, premier conservador deve obter maioria no Parlamento
atualizado
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O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que está no poder desde 2009, obteve mais uma vitória nas eleições em Israel, apesar de ter sido indiciado por fraude, abuso de poder e corrupção.
Com 95% das urnas apuradas, o partido do premier, o conservador Likud, conquistou 35 dos 120 assentos no Parlamento, mesmo número obtido pela aliança centrista Azul e Branco, liderada pelo ex chefe do Estado Maior das Forças Armadas Benny Gantz.
Netanyahu, no entanto, deve contar com o apoio de partidos religiosos e de extrema direita e garantir ao menos 65 cadeiras no Parlamento, enquanto o bloco de centro-esquerda ficará com 55 assentos.
“Estou muito emocionado. Essa é a madrugada de uma vitória imensa. O povo de Israel me confirmou sua confiança pela quinta vez”, disse Netanyahu em um discurso para seus apoiadores em Tel Aviv, acompanhado de sua esposa, Sara.
O primeiro-ministro superou inúmeros escândalos e reforçou seu apelo ao eleitorado conservador para garantir a vitória, inclusive com a promessa de anexar assentamentos judeus na Cisjordânia, o que, na prática, pode inviabilizar a paz com os palestinos.
“Infelizmente, os israelenses votaram em candidatos empenhados em manter o status quo da ocupação, anexação e expropriação da Palestina”, disse uma expoente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hanan Ashrawi, acrescentando que Israel elegeu um “Parlamento da direita racista e xenófoba”.
Com a vitória de Netanyahu, espera-se que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresente seu plano de paz para o Oriente Médio, embora os palestinos não reconheçam mais a Casa Branca como mediadora do conflito, em função do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel.
Candidato derrotado
Benny Gantz, por sua vez, que chegara a declarar vitória após a divulgação de pesquisas de boca de urna que mostravam sua aliança na frente do Likud, reconheceu a vitória de Netanyahu somente na noite desta quarta-feira (10).
“Aceitamos a decisão do povo e respeitaremos as escolhas do presidente Rivlin”, declarou, já prevendo uma nova campanha em 2020 por causa dos problemas do premier com a Justiça. “Transformaremos o Parlamento em um campo de batalha e tornaremos a vida do Likud amarga”, disse.