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Venezuela: Guaidó chama povo para acabar com “usurpação”; Maduro reage

O autodeclarado presidente do país diz ter apoio de militares. No Brasil, Bolsonaro convoca reunião com ministros da Defesa e do GSI

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Daniel Blanco/Anadolu Agency/Getty Images
Venezuela coup attempt
1 de 1 Venezuela coup attempt - Foto: Daniel Blanco/Anadolu Agency/Getty Images

O autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou a população para ir às ruas e disse ter apoio das Forças Armadas para “acabar com a usurpação de poder”, nesta terça-feira (30/04/2019). Aos poucos, os venezuelanos ocupam alguns pontos da capital, Caracas, o que provocou uma reação do governo de Nicolás Maduro e um clima de tensão na cidade.

“As Forças Armadas claramente estão ao lado do povo, ao lado da Constituição, ao lado do povo da Venezuela”, afirmou Juan Guaidó em conta oficial no Twitter. O líder opositor publicou um vídeo nas redes sociais no qual confirma apoio dos militares à causa e convoca a população para se manifestar.

“Povo da Venezuela, é necessário que saiamos juntos à rua para recuperar as forças democráticas e nossa liberdade. Organizados e juntos, mobilizem-se às principais unidades militares”, escreveu o presidente interino no Twitter.

Nas imagens divulgadas, Juan Guaidó aparece ao lado de Leopoldo López, outro opositor ao regime de Maduro. No Twitter, López também se manifestou a respeito do apoio das Forças Nacionais. “Fui libertado pelos militares. É hora de conquistar a liberdade. Força e fé”, publicou.

Além disso, vários integrantes das Forças Armadas aparecem, armados, ao redor dos líderes. Apesar disso, de acordo com o presidente interino, as manifestações da população no Dia do Trabalho, que devem ocorrer nesta quarta-feira (1º/05/2019), serão pacíficas.

Governo de Maduro
“Nervos de ferro” escreveu Nicolás Maduro nas redes sociais. O líder venezuelano afirmou que os comandantes de todas as regiões estratégicas e zonas operativas de defesa integral do país “manifestaram total lealdade ao povo, à Constituição e à pátria”. Ele também convocou a população para “assegurar a vitória da paz”.

O ministro da Comunicação do governo de Nicolás Maduro, Jorge Rodríguez, afirmou que os militares apoiadores de Guaidó são um “reduzido grupo de traidores”. “Eles se posicionaram para promover um golpe de estado contra a Constituição e a paz da República”, escreveu Rodríguez. Ele também convocou a população venezuelana para que, juntos à “gloriosa Força Armada Nacional Bolivariana, derrotem a tentativa de golpe e preservem a paz”.

Vladimir Padrino López, ministro da Defesa, afirmou que “as Forças Armadas se mantêm firmes em defesa da Constituição Nacional e das autoridades legítimas”. De acordo com López, o clima é de naturalidade. “Todas as unidades militares nas oito regiões da Defesa Integral relatam normalidade em seus quartéis e bases militares”, afirmou o chefe da defesa.

Reação
No Brasil, os momentos de tensão no país vizinho levaram o presidente Jair Bolsonaro (PSL) a convocar uma reunião com os ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e da Defesa, Fernando Azevedo. Participa do encontro, também, o vice Hamilton Mourão.

Desde os primeiros momentos de tensão desta terça-feira, o governo brasileiro adotou um tom de cautela, pelo menos enquanto aguarda mais informações que chegam a todo instante do vizinho venezuelano.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou agora há pouco, no Palácio do Itamaraty, que não tinha conhecimento da situação venezuelana e aguardaria mais informações. O chanceler, no entanto, adiantou que o posicionamento prévio do governo brasileiro é de “apoio ao processo de transição” para o regime de Juan Guaidó.

 

 

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