Na ONU, Temer diz que Brasil venceu recessão e condena “isolacionismo”
O presidente brasileiro disse que a postura do país contrasta com o ambiente de intolerância de alguns países
atualizado
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Durante a abertura da 73.ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada na manhã desta terça-feira (25/9) em Nova York, o presidente da República Michel Temer (MDB) destacou que, ao contrário de nações que buscam o “isolacionismo, intolerância e unilateralismo”, o Brasil está aberto ao mercado internacional.
“Os desafios à integridade da ordem internacional são muitos. Vivemos tempos toldados por forças isolacionistas. Reavivam-se velhas intolerâncias”, disse Temer.
“O Brasil sabe que nosso desenvolvimento comum depende de mais fluxos internacionais de comércio e investimentos. Depende de mais contato com novas ideias e com novas tecnologias. É na abertura ao outro – e não na introspecção e no isolamento – que construiremos uma prosperidade efetivamente compartilhada. Assim tem atuado o Brasil. Levamos adiante uma política externa universalista”, completou.
O chefe do Estado brasileiro discursou na abertura da sessão, cumprindo uma tradição cumprida por mandatários brasileiros desde 1955.
“Quantos oradores já não vieram a esta tribuna advogar o aprimoramento da ordem internacional que edificamos ao longo de décadas? Muitos foram esses oradores. Eu mesmo me incluo entre eles. E, creio, tínhamos razão. Ainda temos razão, e as palavras que pronunciamos continuam atuais. Mas, se queremos aprimorar nossa ordem coletiva, hoje se impõe ainda outra tarefa: a de defender a própria integridade dessa ordem. Ordem que, por imperfeita que seja, tem servido às causas maiores da humanidade”, disse o presidente no início do discurso.
Migração
Temer ainda destacou o papel do Brasil na questão migratória na América do Sul. “Estamos em meio a onda migratória de grandes proporções. Estima-se em mais de um milhão os venezuelanos que já deixaram seu país em busca de condições dignas de vida. O Brasil tem recebido todos os que chegam a nosso território. São dezenas de milhares de venezuelanos a quem procuramos dar toda a assistência. Com a colaboração do Alto Comissariado para Refugiados, construímos abrigos para ampará-los da melhor maneira.”
Nesse contexto, Temer ressaltou a capacidade brasileira de integração. “À primeira dessas tendências, o isolacionismo, o Brasil responde com mais abertura, mais integração. O Brasil sabe que nosso desenvolvimento comum depende de mais fluxos internacionais de comércio e investimentos. Depende de mais contato com novas ideias e com novas tecnologias. É na abertura ao outro, e não na introspecção e no isolamento, que construiremos uma prosperidade efetivamente compartilhada.”
O presidente lembrou que Brasil e Mercosul têm aprofundado cada vez mais seus mecanismos de integração, inclusive por meio da derrubada de barreiras comerciais. “Impulsionamos a aproximação com os países da Aliança do Pacífico, buscando uma América Latina cada vez mais unida, como, aliás, determina nossa Constituição. E revitalizamos ou iniciamos negociações comerciais com parceiros de todas as regiões: União Europeia, Associação Europeia de Livre Comércio, Canadá, Coreia do Sul, Singapura, Líbano, Marrocos, Tunísia.”
Ainda durante o discurso, Temer classificou de “produtiva” a participação brasileira em foros de cooperação. Entre eles, o G20, o Brics, e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa – espaços onde, segundo ele, têm se obtido “resultados concretos, com impacto direto para o dia a dia”.
“O isolamento pode até dar uma falsa sensação de segurança. O protecionismo pode até soar sedutor. Mas é com abertura e integração que alcançamos a concórdia, o crescimento, o progresso. Também, ao desafio da intolerância, o Brasil tem respondido de forma decidida: com diálogo e solidariedade. São o diálogo e a solidariedade que nos inspiram, a cada momento, a honrar a Declaração Universal dos Direitos Humanos”, disse o presidente ao reafirmar ser “imperativo” tornar realidade o que está previsto nesse documento.
Recessão
Temer ainda falou sobre a recessão vivida pelo país que, segundo ele, foi vencida pelo seu governo. Segundo o brasileiro, o Brasil voltou a crescer e a gerar empregos depois que seu governo “recolocou as contas públicas em “trajetória responsável”.
“Dissemos não populismo e vencemos a pior recessão de nossa história – recessão com severas consequências para a sociedade, sobretudo para os mais pobres. Recolocamos as contas públicas em trajetória responsável e restauramos a credibilidade da economia. Voltamos a crescer e a gerar empregos. Programas sociais antes ameaçados pelo descontrole dos gastos puderam ser salvos e ampliados. Devolvemos o Brasil ao trilho do desenvolvimento”, disse o presidente brasileiro.
“O País que entregarei a quem o povo brasileiro venha a eleger é melhor do que aquele que recebi. Muito ainda resta por fazer, mas voltamos a ter rumo”, enfatizou.
De acordo com o presidente, o próximo governo e o próximo Congresso a ser eleito em outubro, encontrarão encontrarão bases consistentes para fazer um país mais “próspero e justo”.
O presidente brasileiros, ao falar de eleições, ressaltou que o país vive uma “democracia vibrante”. “Em duas semanas, o povo brasileiro irá às urnas. Escolherá as lideranças políticas que – no Executivo e no Legislativo – dirigirão o Brasil a partir de janeiro de 2019. Assim determina nossa Constituição, assim tem sido nos últimos quase trinta anos e assim deve ser. Porque todo poder emana do povo”, disse.
“Porque a alternância no poder é da alma mesma da democracia. E a nossa, senhoras e senhores, é uma democracia vibrante, lastreada em instituições sólidas. Transmitirei a meu sucessor as funções presidenciais com a tranquilidade do dever cumprido. Hoje, no Brasil, podemos olhar para trás e verificar o quanto fizemos em pouco tempo de Governo”, discursou.
Com informações da Agência Brasil