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Ministro da Alemanha defende redistribuição de 100 mil imigrantes na UE

No entanto, opinião não é compartilhada por todos os ministros do continente

atualizado

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O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pediu novamente neste sábado (5) que a União Europeia (UE) dê uma resposta unificada à maior crise imigratória no continente desde a Segunda Guerra Mundial. “Não há outra resolução que não a distribuição justa dos refugiados pela Europa, essa tem que ser parte da solução para a crise”, disse ele, após o encerramento de uma reunião de dois dias entre ministros do bloco, em Luxemburgo.

“Tivemos muitos debates controversos hoje, alguns ainda rejeitam as cotas, mas pelo menos há uma disposição em participar de uma resposta comum da União Europeia”, contou Steinmeier. Ele disse que a Comissão Europeia, entidade executiva do bloco, irá apresentar na terça-feira (8) uma proposta para redistribuir os mais de 100 mil refugiados. “É um número maior que os 40 mil em que falávamos nos últimos meses, mas o número anterior não atende as necessidades.”

O plano deve ser discutido pelos ministros do Interior no dia 14 de setembro. Steinmeier pediu também que fosse agendada uma reunião entre os líderes europeus para o dia 15 de setembro.

A chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, afirmou que o bloco tem “uma obrigação moral” com as pessoas que estão “marchando de Budapeste até Viena com bandeiras europeias”. Ela enfatizou que a maior parte das pessoas são refugiados, e não imigrantes em busca de melhores condições econômicas.

Divergências
Entretanto, nem todos os ministros concordam com os esforços centrais de redistribuição. O chanceler da Hungria, Peter Szijjarto, afirmou que “os últimos dias provaram que as cotas foram interpretadas pelos imigrantes e por contrabandistas como um convite”. “A realidade é que a Europa não está pronta para acomodar dezenas de milhares de imigrantes econômicos”, completou.

Os comentários de Szijjarto foram repetidos pelo ministro de Assuntos Exteriores da Eslováquia, Miroslav Lajcák, que disse que seu país está disposto a “fazer parte da solidariedade” aos países que recebem um grande fluxo de imigrantes, mas apontou que os refugiados não querem ficar na Eslováquia. “De cada 100 pessoas que pedem asilo, apenas 26 ficam na Eslováquia. Temos simpatia pela situação da Alemanha, mas as cotas não funcionam, as pessoas irão usar a primeira oportunidade para escapar para a Alemanha”, disse Lajcák.

Áustria e Alemanha
A Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados celebrou neste sábado a decisão da Áustria e da Alemanha de receber milhares de refugiados e imigrantes, que cruzaram a fronteira da Hungria na noite de ontem.

“No entanto, a concentração atual de refugiados e imigrantes em um pequeno número de países que estão dispostos a recebê-los não é uma solução sustentável”, alertou a agência. “Há claramente uma necessidade urgente de colocar em prática um plano emergencial para lidar com essa crise de refugiados”.

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