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Mesmo após investidas de Trump, Comissão Eleitoral diz não haver fraude na vitória de Biden

Trump ainda não se deu por vencido e afirmou que “aconteceram coisas más” no pleito, fato negado por Ellen Weintraub, membro da Comissão

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Joe Biden e Jill Biden
1 de 1 Joe Biden e Jill Biden - Foto: Drew Angerer/Getty Images

O democrata Joe Biden venceu a corrida eleitoral nos Estados Unidos e será o 46º presidente do país. Seu concorrente, o atual mandatário, Donald Trump, ainda não se deu por vencido. Publicou em suas redes sociais uma série de mensagens indicando fraude nas eleições e pedindo recontagem dos votos. Ellen Weintraub, funcionária da Comissão Eleitoral Federal americana, porém, garantiu que “realmente não houve nenhuma evidência de fraude” na disputa de 2020.

À CNN americana, Ellen disse que as informações trazidas por outros membros da comissão ao redor do país são de que o processo de contagem correu como o esperado.

“Os funcionários estaduais e locais da Comissão já se posicionaram sobre isso. E houve muito poucas reclamações sobre como essa eleição foi conduzida. Poucas reclamações fundamentadas, na verdade”, declarou.

A contagem de votos durou cerca de 90 horas. Projeções da imprensa americana indicaram a vitória de Biden na Pensilvânia, neste sábado (7/11), com o democrata somando 273 votos no colégio eleitoral, contra 213 de Trump.

Mesmo após declarada a vitória de Biden, Trump usou o Twitter para contestar os votos e garantir que as eleições ainda não acabaram. “Os observadores não foram permitidos nas salas de contagem. Aconteceram coisas más que nossos observadores não foram permitidos ver. Milhões de cédulas foram enviadas por pessoas que nunca as pediram”, escreveu o republicano, em um post contestado pelo Twitter.

Trump entrou com pedidos judiciais para recontagem de votos em alguns estados, alegando fraude na soma dos votos antecipados. Caso a Justiça decida intervir em algum dos outros estados postos sob suspeita por Trump, o processo eleitoral passará a depender de uma batalha judicial.

Vale lembrar que nos EUA, como não há um órgão eleitoral central, por tradição, quem informa os vencedores em cada estado antes do anúncio oficial são as grandes redes de televisão e os grupos de comunicação, como as agências de notícia globais, as redes de TV CNN e Fox e os jornais The New York Times e The Washington Post.

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Biden em campanha
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Apoio de Barack Obama
O democrata Joe Biden
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Luta do partido Democrata

Projeções da imprensa americana indicam que o caminho que Biden precisará percorrer no governo americano será longo. Segundo a CNN dos Estados Unidos, o partido Democrata, do qual Biden faz parte, manterá o controle da House of Representatives, órgão Legislativo semelhante à Câmara dos Deputados brasileira.

Já o Senado americano deve permanecer com maioria Republicana, partido de Donald Trump, o que pode dificultar a aprovação de projetos de Biden.

Em seu primeiro discurso após a vitória, na noite desse sábado (7/11), direto de Wilmington, em Delaware, Biden focou no combate ao coronavírus. O político disse que pretende criar, na próxima segunda-feira (9/11), uma força-tarefa para o enfrentamento da pandemia.

Segundo a emissora, a equipe será de 12 membros, liderados pelo ex-cirurgião geral Vivek Murthy, o ex-comissário do órgão regulador de alimentos e remédios dos EUA (Food and Drug Administration, mais conhecida pela sigla FDA) e a doutora pela Universidade de Yale, Marcella Nunez-Smith.

“Não vou economizar esforços para conseguir dar a volta nessa pandemia”, disse Biden durante o discurso (veja galeria abaixo). Vale lembrar que os Estados Unidos contabilizam mais de 237 mil mortes pela doença. O total de casos ultrapassa os 9 milhões.

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Joe Biden
No discurso de vice-presidente eleita, Kamala frisou sobre a mãe inspirá-la em todos os objetivos
Multidão acompanhou o 1º discurso de Joe Biden após vitória
Campanha de Biden
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No discurso de vice-presidente eleita, Kamala frisou sobre a mãe inspirá-la em todos os objetivos

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Multidão acompanhou o 1º discurso de Joe Biden após vitória

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Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos

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Acordos bilaterais

Logo após declarada a vitória de Biden, chefes de governo de todo o mundo publicaram seu apoio ao novo mandatário americano. O presidente da França, Emmanuel Macron, felicitou pelo Twitter o democrata e sua vice, Kamala Harris. “Nós temos muito a fazer para derrotar os desafios atuais. Vamos agir juntos”, convocou o francês.

A chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro da Inglaterra, Boris Johnson, também postaram mensagens de felicitações. O mesmo fizeram autoridades israelenses e o ex-presidente americano Barack Obama, que disse estar orgulhoso pela vitória de seu vice-presidente.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), porém, usou suas redes sociais nesse sábado apenas para comentar sobre o apagão no Amapá, e calou-se quanto ao resultado das eleições americanas. O chefe do Executivo brasileiro é grande aliado do presidente Donald Trump e chegou a criticar a postura de Biden durante os debates eleitorais.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que a vitória do democrata permitirá a continuidade das negociações dos acordos bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.

“A indústria brasileira tem histórico de bom relacionamento com governos Democratas. Durante o mandato do ex-presidente Barack Obama, do qual Joe Biden foi vice, Brasil e Estados Unidos avançaram em importantes agendas comuns, com a assinatura dos acordos Céus Abertos, previdenciário e de cooperação econômica e comercial”, diz trecho de nota divulgada pela CNI.

A entidade acredita que os programas de retomada econômica e de redução das emissões de carbono, apresentados durante a campanha eleitoral por Joe Biden, se implementados, podem oportunizar a volta do crescimento sustentado do Produto Interno Bruto (PIB) nos Estados Unidos.

Para a entidade, esse fator será muito benéfico à indústria brasileira, porque os Estados Unidos são o principal destino das exportações nacionais de produtos industrializados. Ao todo, os EUA são destino de 24% dos bens manufaturados brasileiros.

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