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May promete renunciar se Parlamento aprovar acordo do Brexit

Primeira-ministra cede à pressão de conservadores eurocéticos e coloca cargo à disposição a fim de salvar acordo

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Theresa May condena novo ataque em Londres
1 de 1 Theresa May condena novo ataque em Londres - Foto: MATT DUNHAM/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, prometeu abriu mão de seu cargo a fim de salvar o acordo negociado com a União Europeia (UE) sobre o Brexit. Se o Parlamento britânico aprovar finalmente o texto, ela renuncia ao posto, disse a premiê nesta quarta-feira (27/3).

“Estou preparada para deixar este cargo mais cedo do que eu pretendia a fim de fazer o que é certo para o nosso país e para o nosso partido”, afirmou May durante uma reunião com parlamentares do Partido Conservador, segundo transcrição divulgada por seu gabinete.

“Peço a todos nesta sala que apoiem o acordo para que, assim, nós possamos completar nosso dever histórico – cumprir a decisão do povo britânico e deixar a União Europeia de forma suave e ordenada”, completou a primeira-ministra.

Em reunião descrita como “sombria” por alguns de seus numerosos participantes, May disse a partidários que estava ciente do desejo de uma nova abordagem – e de uma nova liderança – na segunda fase das negociações do divórcio, e que “não ficará no caminho”. “Mas precisamos fazer avançar o acordo e entregar o Brexit.”

A premiê enfrenta crescente pressão para deixar o cargo por parte de conservadores pró-Brexit. Vários legisladores disseram que apoiariam o acordo de divórcio negociado por May se outro líder fosse escolhido para comandar a próxima fase de negociações, que deve determinar o futuro das relações entre o Reino Unido e a União Europeia.

Apesar de ter cedido à pressão, May não disse quando deve renunciar ao cargo. O parlamentar eurocético Jacob Rees-Mogg, da ala mais à direita do Partido Conservador, afirmou que a premiê deixou “muito claro” que, se o Reino Unido deixar a UE em 22 de maio, ela partirá logo depois.

Ele, que teve atritos com a primeira-ministra durante o processo do Brexit, disse ainda que May foi “muito digna” em sua decisão. “Ela solucionou bem seu caso e reiterou que cumpriu seu dever.”

Com a concessão, May tenta romper um impasse entre governo e parlamentares sobre os termos do divórcio, depois de o Parlamento britânico ter rejeitado o acordo negociado pela premiê com Bruxelas em duas votações esmagadoras, em janeiro e março deste ano. Uma terceira votação deveria ser realizada até esta sexta-feira.

Isso porque, na semana passada, os líderes da União Europeia concordaram em adiar o Brexit – antes previsto para 29 de março – até 22 de maio, mas somente se o Parlamento britânico aprovar o acordo de May até o fim desta semana. Se o acordo não for aprovado, as negociações de saída serão estendidas somente até 12 de abril.

Parlamentares debatem alternativas
O anúncio da premiê ocorre num momento em que os legisladores britânicos debatem várias opções de como deve se dar a saída do Reino Unido do bloco, enquanto tentam impedir que a data do divórcio, prevista para daqui a algumas semanas, chegue sem um plano de saída.

No início desta semana, o Parlamento decidiu assumir o controle sobre a agenda do Brexit na votação de propostas alternativas ao acordo de May marcada para esta quarta-feira.

O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, selecionou oito opções a serem submetidas à votação numa lista de 16 alternativas apresentadas pelos legisladores.

As opções incluem deixar a União Europeia sem um acordo de saída; permanecer na união aduaneira e no mercado único da UE; submeter qualquer acordo de divórcio a referendo popular; e cancelar o Brexit se a perspectiva de uma partida sem acordo se aproximar.

Os legisladores devem escolher quais opções estão dispostos a considerar. O plano é que as ideias mais populares sejam submetidas a uma segunda votação na próxima segunda-feira, a fim de chegar a uma opção que agrade à maioria.

O Parlamento instruiria, então, o governo a negociar essa alternativa vencedora com a União Europeia. May adiantou que vai considerar o que for determinado pelas votações, mas se recusou a ficar vinculada ao resultado.

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