Marcha das Mulheres reúne milhares de pessoas contra Trump
Primeiro ato de Donald Trump, foi a retirada do “ônus econômico” do plano de assistência médica à população dos EUA
atualizado
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Milhares de pessoas realizam neste sábado (21/1), no centro de Washington, a capital norte-americana, a Marcha das Mulheres em protesto contra as políticas de imigração e contra a retirada dos direitos à assistência médica para todos, anunciadas pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Trens, metrôs e ônibus cheios de manifestantes – na maioria mulheres de todas as idades, mas também vários homens – chegavam com seus cartazes coloridos o que aumentou a estimativa inicial de participantes de 200 mil para 500 mil pessoas. As informações são da AFP.
Em apoio à manifestação, outras marchas de mulheres já estão sendo realizadas em várias cidades do mundo. As líderes do movimento estão convidando não apenas as mulheres, mas pessoas de qualquer idade ou sexo para participar do movimento.
“A marcha é uma demonstração de nossa solidariedade e nossa crença de que os Estados Unidos devem ser grandes e devem respeitar todas as pessoas, de todos os credos e cores”, declarou Lisa Gottschalk, uma cientista de 55 anos que viajou da Pensilvânia para protestar.
A democrata Hillary Clinton, que perdeu para a Trump a chance de ser a primeira presidente mulher dos Estados Unidos, agradeceu aos manifestantes em sua conta do Twitter.
“Obrigada por estar aí, por falar e marchar por nós, @womensmarch. Mais importante do que nunca. Realmente acho que sempre somos mais fortes juntos”, tuitou.
Respeito a todos
Após ouvir vários cantores e oradores, alguns famosos como o cinesta Michael Moore e a atriz Scarlett Johansson, os manifestantes marcharão pela Esplanada Nacional até perto da Casa Branca.
“Não podemos passar de uma nação de imigrantes a uma nação de ignorantes”, alertou uma das primeiras oradoras, a atriz de origem hondurenha América Ferrera, em referência à promessa de Trump de deportar entre 2 e 3 milhões de imigrantes e construir um muro na fronteira com o México.
Visão sombria
Trump assumiu na sexta-feira a presidência com um discurso inaugural com um forte tom nacionalista e populista, no qual traçou uma sombria visão do declínio dos Estados Unidos sob o governo de seu antecessor, o democrata Barack Obama.
Ele falou das escolas ruins, da pobreza crônica, do aumento dos crimes, e garantiu que vai dar fim a “esta carnificina” e que só se guiará por um princípio: “Os EUA em primeiro lugar”. “Compre [um produto] americano, contrate americanos”, pediu.
O primeiro ato de Donald Trump, que tomou posse nessa sexta-feira (20), foi a retirada do “ônus econômico” do plano de assistência médica à população dos Estados Unidos, que tinha sido aprovado pelo ex-presidente Barack Obama.
O plano é conhecido como Obamacare. Além de protestar contra a retirada do e contra as barreiras à imigração, a marcha também pede proteção ao meio ambiente, melhores salários e igualdade de gênero.Antes de marchar pela capital norte-americana, as líderes do movimento estão promovendo shows de artistas e discursos de personalidades artísticas ou políticas que se destacaram em defesa de causas sociais ou direitos civis. Esses discursos e shows estão ocorrendo em uma área próxima ao Capitólio, prédio do Congresso norte-americano, mesmo local onde Trump tomou posse. A marcha começa nesse local e prossegue até as imediações da Casa Branca.
Europa, Austrália e Nova Zelândia
Demonstrações no primeiro dia após a posse do republicano também reuniram milhares em Paris, incluindo trabalhadores e estudantes norte-americanos que vivem na França. Os manifestantes se reuniram perto da Torre Eiffel, cantaram e ergueram cartazes com os dizeres: “estamos de olho em você, Trump” e “Direitos das mulheres são direitos humanos”. Outra capitais europeias, incluindo Londres, Berlim, Roma e Praga, também registraram protestos neste sábado, apesar do frio.
Milhares de cidadãos de várias cidades da Nova Zelândia e da Austrália também iniciaram o movimento mundial de apoio às mulheres norte-americanas, que realizam hoje em Washington uma marcha contra as políticas do presidente Donald Trump.
A maior demonstração está sendo realizada em Sidney, na Austrália, onde milhares de pessoas se reuniram neste sábado para marchar pela cidade. Os organizadores da Marcha das Mulheres em Sidney afirmam que a passeata não é apenas contra as políticas de Trump e sim contra qualquer violação dos direitos das mulheres e das minorias.