Maduro rompe com Colômbia e dá 24 horas para diplomatas saírem do país
Com Brasil, presidente venezuelano manteve tom mais ameno: “Mandei uma mensagem, estamos dispostos”
atualizado
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Durante discurso de mais de uma hora no centro de Caracas neste sábado (23/2), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia e deu um prazo de 24 horas para que as representações diplomáticas retornem ao país vizinho. Segundo Maduro, “nunca antes” um presidente colombiano foi “tão longe” contra um venezuelano.
Maduro parece um anjo, mas é o diabo, disse o colombiano Ivan Duque. “Parece que ele tem cachinhos, mas eu diria ‘você é o diabo’. E você vai se arrepender de se meter com a Venezuela”, afirmou.
O recado de Maduro foi respondido pela vice-presidente da Colômbia, Marta Lucía Rodríguez. “Maduro não pode romper relações diplomáticas que a Colômbia não tem com ele”, afirmou, referindo-se ao reconhecimento da Colômbia e de outros países, incluindo o Brasil, da legitimidade da autodeclaração de Juan Guaidó como presidente da Venezuela.
“Nosso governo não indica embaixador para lá, nem reconhecemos o embaixador de Maduro, pois seu mandato terminou no dia 9 de janeiro. É um simples ditador que ocupa por força o [Palácio] Miraflores [sede do governo venezuelano]”, ressaltou a vice-presidente colombiana.
Brasil
Já em relação ao Brasil, Maduro manteve a diplomacia, apesar de ter determinado o fechamento da fronteira com o território nacional para evitar a entrada de caminhões com mantimentos. De acordo com ele, a operação internacional de ajuda humanitária para a Venezuela não passa de tentativa de infiltrar militares em seu país para depô-lo.
Maduro, no discurso, disse que mandou mensagens ao governo brasileiro. “É o que digo a esse país, por exemplo. Mandei uma mensagem. Estamos dispostos, como sempre estivemos, a comprar todo arroz, todo leite em pó, toda a carne. Mas pagando. Não somos maus pagadores. Nem mendigos. Somos gente honrada que trabalha”, disse. “Trazer caminhões com leite em pó? Compro agora e pago agora. Querem trazer carne? Que venham para os mercados populares”, completou.