Macron abre 15 pontos de vantagem sobre Le Pen na França
Pesquisa aponta que atual presidente francês deve ser reeleito no próximo domingo, derrotando rival de extrema direita
atualizado
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O presidente da França, Emmanuel Macron, ampliou a vantagem sobre a candidata de extrema direita Marine Le Pen. Segundo pesquisa divulgada na quinta-feira (21/4) pelo Instituto Ipsos, Macron está 15 pontos à frente da rival, com 57,5% das intenções de voto frente a 42,5% de Le Pen.
O segundo turno será disputado no próximo domingo (24/04). A margem de erro da pesquisa é de 3,3 pontos para mais ou para menos.
A vantagem de Macron se ampliou após o debate de quarta-feira, no qual o presidente foi apontado como o vencedor e depois do qual se verificou um crescimento de um ponto percentual nas intenções de voto no candidato à reeleição.
Durante o embate, Macron criticou sua rival de extrema direita pelos laços desta com o governo russo e a acusou de planejar retirar a França da União Europeia. Le Pen, por sua vez, criticou a gestão da economia pelo governo Macron.
A pesquisa apontou que 43% dos eleitores consideraram Macron mais convincente no debate, contra 24% que apontaram Le Pen como a vencedora. Outros 33% não escolheram um vencedor.
Ainda segundo a pesquisa, quase dois em cada três franceses (64%) acreditam numa vitória de Macron. Apenas 16% ainda acreditam numa vitória de Marine Le Pen, e 20% não sabem.
Macron também aparece à frente de Le Pen em pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) divulgada na quinta-feira. No entanto, a vantagem é um pouco menor: 55,5% contra 44,5%.
Macron e Le Pen buscaram nos últimos dias votos entre o eleitorado do esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que terminou o primeiro turno em terceiro lugar, com 22%.
De acordo com a pesquisa Ipsos, a tendência é de que 34% dos eleitores de Mélenchon votem em Macron, enquanto 18% devem optar por Le Pen. Outros 48% preferiram não se manifestar – indicando que podem votar branco/nulo ou se abster.
A pesquisa também aponta que quase 65% dos eleitores do ecologista Yannick Jadot (4,6% no primeiro turno) e 49% dos que optaram pela direitista Valérie Pécresse (4,8%) votariam em Macron. Dos franceses que votaram no extremista de direitista Éric Zemmour (7,1%), 72% devem votar em Le Pen, e somente 11%, em Macron.
Enquanto em 2017 quase 75% dos franceses aptos a votar foram às urnas, a pesquisa Ipsos informa que agora 73% dizem ter certeza de que irão votar. A abstenção foi um fator que chamou atenção no primeiro turno. Conforme dados do Ministério do Interior da França, mais de 25% dos eleitores não compareceram ao pleito, o segundo maior número em seis décadas e 11 eleições na França, atrás somente de 2002, quando 28% não votaram.
Apoio internacional
Ainda na quinta-feira, os primeiros-ministros de Portugal e Espanha e o chanceler federal da Alemanha fizeram um apelo para que o eleitorado francês não vote na extrema direita de Le Pen. Eles defenderam que a França deve permanecer do lado dos valores da Europa.
“O segundo turno das eleições presidenciais francesas não pode ser ‘business as usual’ para nós. A escolha que o povo francês enfrenta é crucial – para a França e para cada um de nós na Europa. É a escolha entre um candidato democrático, que acredita que a força da França cresce numa União Europeia poderosa e autônoma, e uma candidata de extrema direita, que se coloca abertamente do lado daqueles que atacam a nossa liberdade e a nossa democracia – valores baseados nas ideias francesas do Iluminismo”, afirmaram António Costa, Pedro Sanchez e Olaf Scholz num artigo conjunto publicado nos jornais Público (Portugal), El País (Espanha) e Le Monde (França).