Lista de prioridades: veja o caminho de Biden até a posse, em 20 de janeiro
O democrata focou sua campanha no combate ao coronavírus, além de políticas para minorias e recuperação econômica dos Estados Unidos
atualizado
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Como de costume, o democrata Joe Biden vem fazendo promessas para o seu governo durante todo o processo eleitoral. Agora que venceu o atual mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, nas eleições deste ano, Biden ainda tem um longo caminho para percorrer até assumir o comando da Casa Branca. Ele toma posse em 20 de janeiro e promete mudanças significativas, principalmente na luta contra a pandemia do novo coronavírus.
Como dito em seu primeiro discurso após a vitória, nesse sábado (7/11), Biden pretende “unificar” os Estados Unidos com políticas públicas para as minorias, principalmente para frear o racismo sistêmico no território norte-americano.
Segundo a CNN dos Estados Unidos, o partido Democrata, do qual Biden faz parte, manterá o controle da House of Representatives, órgão Legislativo semelhante à Câmara dos Deputados brasileira. Já o Senado deve permanecer com maioria Republicana, partido de Donald Trump, o que pode dificultar a aprovação de projetos de Biden.
Mesmo que só tome posse em janeiro e ainda que Trump não reconheça sua derrota, o democrata já prepara sua transição. O presidente eleito pretende desfazer uma série de medidas adotadas pelo republicano, e anunciou uma força-tarefa formada por cientistas para combater a pandemia. O trabalho começa imediatamente. Vale lembrar que os Estados Unidos contabilizam mais de 237 mil mortes pela Covid-19. O total de casos ultrapassa os 9 milhões.
Trump ainda tem até 20 de janeiro para reverter a situação das eleições. Ele entrou com pedidos judiciais para recontagem de votos em alguns estados, alegando fraude na contagem dos registros antecipados. Caso a Justiça decida intervir em algum dos estados postos sob suspeita por Trump, o processo eleitoral passará a depender de uma batalha judicial. O reconhecimento político do vencedor só acontece, na verdade, no dia 6 de janeiro pelo Congresso.
Veja os principais pontos que Biden pretende abordar na transição e em seus primeiros dias de governo:
Força-tarefa contra o coronavírus
Biden anunciou que pretende criar, nesta segunda-feira (9/11), força-tarefa para o enfrentamento da Covid-19. Segundo a CNN americana, a equipe será de 12 membros, liderados pelo ex-cirurgião geral Vivek Murthy, o ex-comissário do órgão regulador de alimentos e remédios dos EUA (Food and Drug Administration, mais conhecida pela sigla FDA) e a doutora pela Universidade de Yale Marcella Nunez-Smith.
“Não vou economizar esforços para conseguir dar a volta nessa pandemia”, disse Biden, no primeiro discurso após a vitória. Seu plano ainda inclui a obrigatoriedade de máscaras em todo o país e a ampliação dos testes de diagnóstico gratuitos de Covid-19, aumentando a produção americana de equipamentos médicos e tornando qualquer vacina futura “gratuita para todos, tenham ou não seguro” de saúde, segundo informações da imprensa norte-americana.
Economia
A reabertura da economia é outra prioridade imediata de Biden. O democrata pretende pedir ao Congresso que aprove um enorme pacote de estímulo para enfrentar os impactos do coronavírus e ajudar famílias e pequenos negócios mais afetados pela crise decorrente da pandemia.
Durante sua campanha, ele ainda prometeu aumentar o salário mínimo, mudar a tributação, investir em infraestrutura e reduzir as emissões de CO2 do país.
De acordo com Mark Duggan, diretor do Instituto Stanford de Pesquisa de Política Econômica, Biden aumentará os impostos sobre as grandes empresas do país e sobre as pessoas que ganham mais de US$ 400 mil por ano. “Para pessoas de alta renda, as mudanças na política fiscal serão bastante significativas”, diz Duggan. Para o resto, “serão mínimas”.
Acordo de Paris
Os jornais norte-americanos The New York Times e The Wall Street Journal afirmam que o democrata pode anunciar, logo em seu primeiro dia no poder, o retorno dos EUA ao Acordo de Paris, um tratado sobre a mudança climática que foi negociado por Barack Obama, de quem Biden era vice-presidente, e do qual o país saiu durante o governo Trump.
Equipe da Casa Branca
Biden ainda tem a missão de escolher sua equipe na Casa Branca. Segundo o Wall Street Journal, a expectativa é a de que ele anuncie em breve o chefe de gabinete — cargo que tem funções semelhantes ao de ministro da Casa Civil no Brasil.
O principal favorito para a função é Ron Klain, que ocupou o cargo durante o período no qual o democrata era vice-presidente de Obama, entre 2009 e 2016. (Com agências e jornais dos EUA)