Líder do parlamento da África do Sul considera moção contra presidente
Os partidos de oposição precisam que 201 legisladores de um total de 400 votem pela moção de censura para que ela seja aprovada
atualizado
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A presidente do parlamento da África do Sul, Baleka Mbete, disse que está considerando uma moção de censura contra o presidente do país, Jacob Zuma, após ele demitir o respeitado ministro de Finanças, Pravin Gordhan. Mbete disse que encurtou uma viagem ao exterior para lidar com as “sérias questões parlamentares” que surgiram desde que Zuma reformulou seu gabinete, na semana passada.
Mbete disse que seu escritório recebeu uma carta do principal partido de oposição, a Aliança Democrática, pedindo que a assembleia nacional, que está em recesso até 10 de maio, antecipe a retomada das atividades para votar a moção de censura. O pedido de moção precisa ser avaliado para ver se está de acordo com as regras do parlamento, disse Mbete.
Os partidos de oposição precisam que 201 legisladores de um total de 400 votem pela moção de censura para que ela seja aprovada, o que forçaria Zuma a renunciar. No entanto, ainda não se sabe se eles conseguirão o número suficiente em um parlamento dominado pelo Congresso Nacional Africano, o partido do presidente.A moeda do país caiu com força na sexta-feira, em meio a preocupações com a corrupção no alto escalão do governo, após Zuma demitir Gordhan e substituí-lo por um de seus aliados. Gordhan era visto como um exemplo contra a corrupção e sua saída desencadeou uma onda de críticas de partidos de oposição e até de alas do Congresso Nacional Africano.
Economistas dizem que a África do Sul, que teve crescimento econômico de apenas 0,5% no ano passado e tem uma taxa de desemprego de aproximadamente 27%, deve ter seu rating rebaixado para abaixo do grau de investimento por agências de classificação de risco.