Itamaraty não tem previsão de enviar outro embaixador à Venezuela
Ruy Pereira foi declarado persona non grata pelo governo de Nicolás Maduro
atualizado
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O Ministério das Relações Exteriores não tem qualquer previsão de enviar outro embaixador brasileiro à Venezuela, após o embaixador do Brasil no país vizinho, Ruy Pereira, ter sido declarado persona non grata pelo governo de Nicolás Maduro.
Com a saída de Ruy Pereira, que está no Brasil passando as festas de fim de ano, quem assume seu posto é um membro do corpo diplomático encarregado de negócios. Trata-se do segundo representante mais antigo do Brasil na Venezuela, depois do embaixador.
A ex-chanceler venezuelana Delcy Rodríguez teria afirmado que o “status de persona non grata” do diplomata brasileiro se manterá “até que se restitua o fio constitucional que o governo de fato rompeu neste país irmão”. Também foi confirmada a expulsão do encarregado de negócios da embaixada do Canadá.
Brasil e Canadá questionaram a decisões recentes da Constituinte. Na sexta (22/12), o governo brasileiro emitiu nota oficial na qual assegura que “repudia o contínuo assédio do regime de Nicolás Maduro à oposição venezuelana, com a arbitrária dissolução dos governos municipais de Caracas e Alto Apure e a imposição de exigências que comprometem a participação de importantes partidos de oposição no processo eleitoral. São medidas que desmentem o anunciado interesse do governo venezuelano em buscar uma solução negociada ou duradoura para a crise”.
Ruy Pereira retornou em julho à Venezuela. O diplomata havia sido chamado ao Brasil para consultas em setembro do ano passado, após atritos com o governo de Maduro por críticas ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Itamaraty
Em nota divulgada nesse sábado (23), o Ministério das Relações Exteriores afirmou que, caso confirmada a expulsão do diplomata brasileiro, o Brasil “aplicará as medidas de reciprocidade correspondentes”. “Essa decisão demonstra, uma vez mais, o caráter autoritário da administração Nicolás Maduro e sua falta de disposição para qualquer tipo de diálogo”, dizia o documento.