Impeachment de Dilma Rousseff é aprovado no Senado
Em votação separada, os senadores decidiram que a ex-presidente segue com os direitos políticos. Agora, Michel Temer (PMDB), antigo vice, assume definitivamente a Presidência da República
atualizado
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Eleita por duas vezes seguidas como presidente da República, Dilma Rousseff perdeu o mandato nesta quarta-feira (31/8) por decisão da maioria dos senadores. Foram 61 votos pelo afastamento e 20 pela manutenção do mandato. Em votação separada, os parlamentares votaram pela manutenção dos direitos políticos da petista. No total, 42 votaram pela inabilitação política, enquanto 36 foram contrários. Eram necessários dois terços dos senadores para aprovar. Após 1.069 dias desde que subiu a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez, Dilma encerra um ciclo de 13 anos da era petista no poder. No último pleito, a petista derrotou Aécio Neves (PSDB-MG) com 54 milhões de votos.
O processo de impeachment de Dilma tramitou durante nove meses no Congresso Nacional. Foi aprovado em comissões e nos plenários das duas Casas – Senado e Câmara dos Deputados. Na segunda-feira (29/8), a presidente afastada se defendeu das acusações de crime de responsabilidade diante dos senadores. Repetiu diversas vezes que está sendo vítima de golpe e apontou como seus algozes o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Michel Temer (PMDB-SP), que agora assume de vez o cargo de presidente da República.
Impeachment de Collor
O impeachment de Dilma ocorre 24 anos depois de Fernando Collor de Mello (PTC/AL) enfrentar o mesmo processo no Congresso Nacional. Em 29 de dezembro de 1992, a cassação de Collor foi confirmada por 76 votos favoráveis e dois contrários no Senado Federal. Para evitar a perda dos seus direitos políticos, o ex-presidente apresentou aos senadores a carta de renúncia dele. A tentativa, no entanto, foi em vão, e a cassação foi confirmada.
Em 1994, o STF absolveu Collor da acusação de corrupção passiva por falta de provas. Mesmo escapando da ação penal, entretanto, o ex-presidente ficou oito anos inelegíveis. Ele voltou à cena política do país em 2002, quando tentou se eleger governador de Alagoas. Em 2006, foi eleito senador.