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Grupo de Lima se reúne para decidir sobre ação armada contra Maduro

Até agora, ação do Brasil se limitou à ajuda humanitária, mas apoiará endurecimento diplomático contra o presidente venezuelano

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UAN CARLOS HERNANDEZ/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Marcha contra o presidente Nicolas Maduro em Caracas
1 de 1 Marcha contra o presidente Nicolas Maduro em Caracas - Foto: UAN CARLOS HERNANDEZ/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O mundo está de olho na reunião que ocorre na manhã desta segunda-feira (25/2) em Bogotá (Colômbia). Trata-se do encontro do chamado Grupo de Lima, que reúne representantes de 13 países: 12 da América Latina e o Canadá. A crise política internacional em torno da Venezuela é o assunto em pauta.

Depois do último sábado (20), considerado o dia D para a entrega de ajuda humanitária aos venezuelanos, quando cenas de violência se espalharam pela fronteira da Venezuela com a Colômbia e o Brasil, atores políticos contrários ao governo de Nicolás Maduro falam em uso de força contra o presidente venezuelano. Eles endossam a possibilidade de uma intervenção militar no país, defendida pelos Estados Unidos.

O grupo de Lima, bem como outras nações, não reconhece o segundo mandado presidencial do venezuelano, e está alinhado ao autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó. O pedido por uma ação mais firme, com emprego de forças militares, reverbera principalmente a partir de líderes da oposição venezuelana. Julio Borges, um dos principais membros da coalizão contra o governo Maduro, exigiu, no domingo (24), uma “escalada na pressão diplomática e o uso da força contra a ditadura de Nicolás Maduro”.

O autodeclarado presidente venezuelano, Guaidó, chegou a Bogotá na tarde de domingo para participar da reunião. Ele também avaliza o endurecimento contra Maduro. Guaidó foi reconhecido presidente por mais de 50 países, incluindo os Estados Unidos, que enviaram representante para o encontro do Grupo de Lima: o vice-presidente Mike Pence.

A reunião ocorrerá na Chancelaria da Colômbia, órgão do governo equivalente ao Ministério de Relações Exteriores, a partir das 8h, horário de Bogotá. Uma entrevista coletiva está prevista para o final do encontro, às 15h30, para anúncio das medidas a serem adotadas conjuntamente.

Brasil aposta na diplomacia
Embarcaram para Bogotá, na tarde de domingo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), e o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. De acordo com fontes do governo, o Brasil vai defender na reunião o endurecimento diplomático contra Maduro e a intensificação de pressão econômica sobre o governo venezuelano, mas não se fala, ainda, em emprego de armas. Até agora, a ação do Brasil se limitou ao fornecimento de alimentos e medicamentos ao país.

Antes de embarcar, Mourão conversou com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para saber qual tom será defendido pelo Brasil no encontro.

Na noite de domingo (24), caminhões brasileiros com ajuda humanitária retornaram ao país, de acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto. “Em função da impossibilidade de prosseguir em território venezuelano, como planejado, as viaturas retraíram para a região de Pacaraima (RR), estando neste momento em segurança e estacionadas no Pelotão Especial de Fronteira ali desdobrado”, informou a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República (Secom).

Ainda segundo informações do governo, “novos deslocamentos serão planejados à medida que os meios de transportes estejam disponíveis e a situação diplomática e de segurança esclarecidas”.

Outra preocupação da diplomacia do Brasil se refere a brasileiros que vivem ou fazem turismo na região de fronteira com Venezuela. O governo está negociando com Caracas um acordo para permitir a travessia deles, desde que a passagem oficial foi bloqueada pelo regime do presidente Nicolás Maduro, na última quinta-feira (21).

Propósito
Nesta semana, antes das ações violentas da Guarda Nacional Bolivariana com o objetivo de impedir a entrada dos caminhões com ajuda humanitária, Mourão considerou “fora de propósito” as ameaças de intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela. Ele disse que tinha a impressão de estar mais no “campo da retórica” e que os problemas teriam de ser resolvidos pelos venezuelanos.

Também no domingo (24), o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, acusou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de estar “desesperado para fabricar um pretexto para a guerra”. Em mensagem publicada no Twitter, Arreaza disse que a “falsa operação” para levar ajuda humanitária ao país “se saiu mal”.

“Se quer encontrar aqueles que queimaram o caminhão com falsa ajuda humanitária, que busquem entre seus assalariados”, dirigiu-se Arreaza a Pompeo.

 

Articulação
O Grupo de Lima existe desde 2017 e foi criado por iniciativa do governo do Peru, com o objetivo de fazer pressão contra Maduro e restabelecer a democracia na Venezuela. Fazem parte do grupo: Peru, Brasil, Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá e Paraguai.

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