Fujimori deixa clínica após polêmico indulto concedido por Kuczynski
Ex-líder peruano saiu acompanhado do filho mais novo, o legislador Kenji Fujimori
atualizado
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O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, deixou a Clínica Centenário Peruano Japonesa nesta quinta-feira, 4, onde estava internado há 12 dias por problemas cardíacos depois de receber indulto humanitário do atual presidente Pedro Pablo Kuczynski. Fujimori saiu em uma cadeira de rodas acompanhado do filho mais novo, Kenji Fujimori, e outros legisladores.
No Twitter, Kenji publicou uma foto e um vídeo curto ao lado do pai, dentro do carro que os levava para casa.
Veja publicações:
Con mi papá! ???? pic.twitter.com/ibRMQM1ipv
— Kenji Fujimori (@KenjiFujimoriH) 5 de janeiro de 2018
Aos 79 anos, o ex-mandatário acenou para alguns partidários reunidos antes de entrar em um veículo e sair do local escoltado por agentes da Segurança do Estado. Durante a permanência no centro médico, Fujimori foi submetido a uma série de análises e tratamentos de saúde. Horas antes da saída do ex-líder, centenas de seguidores foram à casa de Kuczynski para agradecer-lhe pelo perdão concedido ao ex-presidente.??? pic.twitter.com/25taMOxf8G
— Kenji Fujimori (@KenjiFujimoriH) 5 de janeiro de 2018
Fujimori deu entrada na clínica um dia antes do indulto concedido por Kuczynski, alegando que estava com problemas de pressão arterial. Segundo o ex-diretor geral de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Roger Rodríguez, tal problema nunca foi motivo para indulto humanitário anteriormente.
O indulto outorgado na véspera de Natal provocou uma nova tormenta política no Peru poucos dias depois de Kuczynski se salvar da destituição por mentir sobre relações mantidas com a Odebrecht. O perdão ao ex-presidente também gerou uma divisão no partido fujimorista Fuerza Popular, liderado por Keiko Fujimori, cujo Comitê Executivo Nacional expressou saudações pela liberdade de seu fundador, ainda que discordasse da “forma como a conseguiu”.
Keiko buscava a liberdade do pai nos tribunais enquanto o irmão mais novo, Kenji Fujimori, sempre defendia a opção do indulto humanitário. De acordo com informação do Executivo, o pedido de indulto foi apresentado em dezembro, dias antes de se iniciar o processo de destituição contra o atual presidente. O chefe de Estado foi salvo, em parte, pela abstenção de Kenji Fujimori e outros nove legisladores do partido fujimorista, uma contraposição ao restante da bancada que apoiou o impeachment.
O indulto também causou protestos e críticas de organismos internacionais, além de renúncias dos ministros da Cultura, Salvador del Solar, e da Defesa, Jorge Nieto.
Alberto Fujimori cumpria uma sentença de 25 anos de prisão por crimes de sequestro, abusos dos direitos humanos e corrupção.