Fim do acordo nuclear: Irã enriquecerá urânio sem limites
O país persa garante, contudo, que continuará a cooperar com a Agência Atômica Internacional caso as sanções internacionais sejam levantadas
atualizado
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O Irã anunciou, neste domingo (05/01/2020), que não mais honrará os termos do acordo nuclear que assinou em 2015. Em comunicado divulgado pela agência de notícias Irna, ligada ao governo, Teerã afirmou que seu programa de enriquecimento de urânio “não terá mais limitações”. As informações são do The New York Times.
Neste domingo (05/01/2020), o Conselho Nacional de Segurança iraniano fez uma reunião de emergência para discutir os termos de sua política nuclear depois do ataque orquestrado pelos Estados Unidos que resultou na morte do general Qassim Suleimani.
“A República Islâmica do Irã vai encerrar suas limitações finais no acordo nuclear, que tratam da limitação do número de centrífugas. Assim, o programa nuclear do Irã não terá limitações em produzir, inclusive aumentando a capacidade, porcentagem e número de urânio enriquecido, pesquisa e expansão”, diz o comunicado.
O Irã garante, contudo, que continuará a cooperar com a Agência Atômica Internacional para retomar o acordo caso as sanções que pesam contra eles sejam retiradas e os interesses iranianos, respeitados.
Acordo nuclear
Assinado em 2015, ainda na administração de Barack Obama, o acordo foi uma resposta ao principal foco de tensão entre Irã e Estados Unidos: o programa nuclear iraniano. Com as negociações, o Irã se comprometeu a limitar o enriquecimento de urânio e o desenvolvimento das suas pesquisas em troca de ver atenuadas as sanções econômicas que pesam contra eles.
O cenário mudou quando Donald Trump assumiu o governo, anunciou e efetivou a retirada dos EUA do acordo, em maio de 2018. Em meio às críticas do republicano ao compromisso, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse que os estadunidenses teriam um “arrependimento histórico” caso confirmassem sua saída.
Para justificar seu posicionamento, Trump apontava falhas que chamou de “desastrosas”. Entre as críticas estava o período de vigência do acordo, a liberação de recursos na ordem de US$ 100 bilhões e o fato de ele não ter impedido o desenvolvimento de mísseis balísticos.