Fim de uma era: Raúl Castro deixa comando do Partido Comunista em Cuba
O novo líder do grupo que governa o regime cubano será escolhido nos próximos dias. O presidente do país, Díaz-Canel, deve ser o sucessor
atualizado
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Ao abrir o VIII Congresso do Partido Comunista de Cuba, o ex-presidente Raúl Castro confirmou, na sexta-feira (16/4), que se despede do cargo de primeiro-secretário do partido.
“Continuarei militando como mais um combatente revolucionário, disposto a dar minha modesta contribuição até o fim da vida”, disse.
O cargo, provavelmente, será ocupado pelo presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, que Castro ajudou a chegar à presidência do país, em 2018.
Raúl Castro é irmão mais novo de Fidel, foi vice-presidente enquanto Fidel governava e sucedeu ao irmão na presidência de Cuba, em 2018. O partido governa o regime comunista na ilha desde 1959.
“Concluo minha missão como primeiro-secretário do Comitê Central do partido com a satisfação de tê-la cumprido e a confiança no futuro da pátria, além da refletida convicção de não aceitar convites para permanecer em órgãos superiores da organização partidária, na qual continuarei militando”, afirmou Raúl Castro, que fará 90 anos em junho.
Ele afirmou que nada o obrigou a tomar a decisão, mas que o fez por uma questão de princípios. “Acredito fervorosamente na força e no valor do exemplo e na compreensão de meus compatriotas. Enquanto viver, estarei com o pé no estribo para defender o socialismo”, destacou.
A votação para eleger o sucessor de Raúl no comando do partido ocorrerá no fim dos quatro dias de congresso.
Em 31 de julho de 2006, Raúl Castro assumiu o cargo de presidente do Conselho de Estado durante a transferência temporária de poder, devido à doença do irmão, Fidel, que morreu de câncer em fevereiro de 2008. Com a morte de Fidel, ele assumiu o poder em Cuba, mantendo-se no cargo até 19 de abril de 2018.