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Extrema direita avança, mas partidos pró-Europa obtêm maioria nas eleições

Nacionalistas e populistas, contrários à integração, conquistaram cerca de 25% dos votos, menos que os 30% que esperavam

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Imagem colorida de bandeiras azuis com estrelas amarelas da União Europeia, dispostas uma ao lado da outra, tremulando, com um prédio ao fundo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de bandeiras azuis com estrelas amarelas da União Europeia, dispostas uma ao lado da outra, tremulando, com um prédio ao fundo - Metrópoles - Foto: iStock

Os partidos comprometidos com o fortalecimento da União Europeia conquistaram dois terços dos assentos no Parlamento Europeu, segundo estimativas sobre as eleições do bloco, que se encerraram neste domingo (26/05/2019), após quatro dias de votação. No entanto, os eurocéticos de extrema direita e nacionalistas avançaram, obtendo cerca de 25% das cadeiras – embora menos dos 30% que esperam eleger.

Os ganhos obtidos dos nacionalistas e populistas de direita – combinados com um bom desempenho dos verdes – confirmaram o enfraquecimento dos partidos tradicionais da Europa. O presidente da França, Emmanuel Macron, que sempre defendeu que a UE é a resposta para os desafios de uma economia globalizada, sofreu um golpe pessoal ao ver seu movimento centrista, o Em Marcha, ficar atrás do partido anti-imigração de Marine Le Pen, a Reunião Nacional (RN).

No entanto, o partido de Macron contribuiu para os ganhos dos liberais na Europa. Com o bom resultado também dos verdes, os grupos de centro pró-UE perderam 20 cadeiras, mas garantiram 505 de um total de 751, de acordo com projeções da UE. Com 178 eurodeputados, 38 a menos do que em 2014, o Partido Popular Europeu (PPE, de direita) continua a maior força, mesmo sem ser maioria. Seus tradicionais aliados, os social-democratas, caíram de 185 para 152 representantes.

Juntos, espera-se que os dois grupos caiam de 401 parlamentares para 330 nos próximos cinco anos – para eleger o novo chefe da Comissão Europeia é preciso 376 votos. Com base nesse resultado, sem maioria clara, caberá aos líderes europeus escolher os próximos presidentes das principais instituições europeias.

O resultado também complica o processo legislativo, com o fim da “grande coalizão” de dois partidos. As forças pró-Europa seguem no controle da Casa com o avanço dos liberais, que passaram de 69 para 108 cadeiras, e dos verdes, que progrediram para 67. Para analistas, essas duas vozes deverão agora ter mais poder.

As urnas também diminuíram as esperanças dos ultradireitistas de França e Itália de tentar interromper a integração da UE – os grupos eurocéticos de direita ficaram com 169 deputados no total, segundo projeções divulgadas hoje. A Europa das Nações e Liberdades, à qual pertencem os partidos ultradireitistas, passou de 36 eurodeputados para 57.

As tensões entre nacionalistas, que incluem também os partidos polonês e húngaro, e o novo Partido do Brexit, do nacionalista britânico Nigel Farage, limitaram o poder de articulação do grupo. “O importante é que os ganhos para os extremistas não foram muito substanciais”, disse Guntram Wolff, chefe do centro de estudos Bruegel, em Bruxelas.

O partido de Farage, inserido no grupo Europa da Liberdade e Democracia Direta, no entanto, passou de 14 cadeiras para 56, enquanto os Conservadores e Reformistas Europeus britânicos, da coalizão da qual participa o Partido Conservador, de Theresa May, perderam 16 cadeiras, ficando com 61. May anunciou, na quinta-feira (23/05/2019), que deixará o cargo de premiê após falhar em suas tentativas de aprovar um acordo sobre o Brexit no Parlamento.

Participação
Autoridades europeias celebraram o aumento do comparecimento, de 43%, em 2014, para 51%. Foi a primeira inversão de uma tendência de queda da participação desde a primeira votação no bloco, em 1979. Mais alta em 20 anos, a participação pode conter um pouco o temido “déficit democrático”, que tem minado a legitimidade dos legisladores da UE. / REUTERS, AFP e EFE

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