Ex-procuradores republicanos dos EUA atacam falas de Trump sobre fraude
Segundo o grupo, a contagem dos votos deve seguir de forma “aberta e justa e sem qualquer interferência política”
atualizado
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Um grupo de 19 ex-procuradores-gerais dos Estados Unidos que atuavam em mandatos de presidentes republicanos divulgaram um comunicado, nesta quinta-feira (5/11), criticando as declarações do presidente Donald Trump sobre fraude nas eleições. Eles chamaram as alegações de “prematuras, sem fundamento e imprudentes”.
“Pedimos ao presidente que pacientemente e respeitosamente permita que o processo legal de contagem de votos continue, de acordo com as leis federais e estaduais aplicáveis, e evite quaisquer comentários adicionais ou outras ações que podem servir apenas para minar nossa democracia”, diz trecho do documento. No Brasil, um procurador-geral seria o ministro da Justiça.
Os ex-procuradores contestaram as acusações de Trump, de que é errado contar cédulas após o dia da eleição – algo que os estados fazem em todas as eleições.
“Quer demore dias, ou mesmo semanas, para que o processo seja concluído, deve ser permitido que ocorra de uma forma aberta, justa e legal, e sem qualquer interferência política indevida”, argumentaram eles.
Comunicado by Metropoles on Scribd
Leia a íntegra do comunicado:
“Como ex-procuradores dos Estados Unidos, fomos inspirados pela esmagadora afluência de eleitores em praticamente todos os estados e territórios de nosso país, apesar dos desafios reais apresentados pela pandemia Covid-19. Além disso, ficamos impressionados com os esforços de governadores, legisladores estaduais e funcionários eleitorais de todo o país para criar a infraestrutura eleitoral necessária para acomodar o direito de voto de todos os cidadãos elegíveis, apesar desses desafios sem precedentes.
Contra esse pano de fundo positivo, nos sentimos compelidos a falar contra os comentários prematuros, infundados e imprudentes do presidente Trump sobre a votação na Pensilvânia e em outros lugares. Alegações infundadas de fraude e ameaças de iniciar litígios com o objetivo de interromper a contagem de votos são claramente inadequadas e têm o potencial de minar o estado de direito conforme se aplica ao nosso processo eleitoral. Além disso, para qualquer candidato, quanto mais para o Presidente dos Estados Unidos, reivindicar vitória, sem justificativa, antes de cada voto ser contado, é imprudente e irresponsável. Portanto, pedimos ao Presidente que pacientemente e respeitosamente permita que o processo legal de contagem de votos continue, de acordo com as leis federais e estaduais aplicáveis, e evite quaisquer comentários adicionais ou outras ações que possam servir apenas para minar nossa democracia.
Como nação, estamos agora no meio de um dos aspectos mais fundamentais e importantes de nossa democracia constitucional – o processo eleitoral. Quer demore dias, ou mesmo semanas, para que o processo seja concluído, deve ser permitido que ocorra de uma forma que seja aberta, justa e legal e sem qualquer interferência política imprópria. O mundo inteiro está assistindo, e nossa própria legitimidade como uma nação de leis, não de homens, depende de acertarmos nisso”.