Em meio a crise, EUA retiram funcionários de embaixada no Iraque
O governo do presidente norte-americano, Donald Trump, aumentou a pressão sobre o Irã nos últimos dias
atualizado
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O Departamento de Estado americano ordenou nesta quarta-feira (15/05/2019) a saída de todos os funcionários considerados não essenciais da embaixada em Bagdá e do consulado em Irbil, no Iraque, pela preocupação causada pelas ameaças de Teerã em um momento de tensão crescente entre Estados Unidos e Irã.
O governo americano aumentou a pressão sobre o Irã nos últimos dias. Washington acusou Teerã de planejar ataques “iminentes” na região e reforçou a sua presença militar no Golfo.
“Vários grupos terroristas e insurgentes estão ativos no Iraque e atacam regularmente tanto as forças de segurança iraquianas como os civis”, segundo um comunicado. “As milícias sectárias antiamericanas também podem ameaçar cidadãos americanos e empresas ocidentais em todo o Iraque.”
Em 2018, os EUA fecharam seu consulado na cidade de Basora, no sul do Iraque, onde impera a lei tribal e há uma grande quantidade de grupos armados, culpando o “fogo indireto” das forças apoiadas pelo Irã e advertindo seu rival de represálias por qualquer dano.
Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, fez uma viagem surpresa a Bagdá para fortalecer os laços com o Iraque, enquanto aplicava “pressão máxima” contra Teerã, rival dos Estados Unidos, mas aliado do Iraque.
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Pompeo disse a repórteres que fez a viagem em razão de uma “escalada de atividade” das forças iranianas e disse que a ameaça de ataques é “muito específica”.
Em Bagdá, ele se reuniu com o presidente Barham Saleh e com o primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, com quem falou sobre “a importância do Iraque garantir que seja capaz de proteger adequadamente os americanos em seu país”.
O Pentágono disse que enviará vários bombardeiros B-52 com capacidade nuclear para a região em resposta a “sinais claros e recentes de que as forças iranianas e seus aliados estão se preparando para um possível ataque às forças dos EUA”.
Treinamento de soldados
Os Exércitos de Alemanha e Holanda anunciaram nesta quarta a suspensão até nova ordem de suas operações de treinamento militar de iraquianos, devido ao risco provocado pelas recentes tensões com o Irã na região.
“O Bundeswehr suspendeu sua formação”, disse à imprensa o porta-voz do ministério da Defesa alemão, Jens Flosdorff, respondendo a uma pergunta sobre a presença da Alemanha no Iraque diante das tensões com o Irã na região.
O porta-voz falou de “uma maior vigilância” do Exército alemão no país, sem descartar a retomada dos exercícios de treinamento “nos próximos dias”, se a situação permitir. A decisão foi tomada pelo exército alemão junto com outros países que treinam militares na região, acrescentou ele.
O exército alemão conta atualmente com 160 soldados no Iraque, onde treina combatentes de Bagdá, e também no Curdistão iraquiano, onde apoia os combatentes curdos peshmergas.
Uma fonte holandesa disse que a decisão de seu governo foi tomada em razão de uma ameaça de segurança, mas não especificou qual seria essa ameaça.