Em debate, Hillary Clinton e Sanders trocam acusações sobre saúde e armas
Em meio a este cenário, a direção do Partido Democrata teme que a situação de 2008 se repita, quando Hillary Clinton parecia invencível até que perdeu em Iowa para o então senador Barack Obama
atualizado
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A ex-secretária de Estado e principal candidata democrata à corrida presidencial dos EUA, Hillary Clinton, colocou seu rival Bernie Sanders, senador pelo estado de Vermont, na defensiva em relação aos assuntos sobre saúde pública e controle de armas, em um série de trocas afiadas durante o debate final que aconteceu no domingo à noite antes do início das primárias em Iowa.
Hillary argumentou que Sanders tem sido fraco sobre as restrições de armas e que o seu plano de cuidados com a saúde seria um erro, porque isso exigiria começar de novo depois de um longo debate nacional contencioso sobre a questão. Sanders, que modificou suas posições sobre os assuntos no fim de semana, foi forçado a defender-se em ambas as frentes. Anteriormente, ele defendia a ideia de renovar todo o sistema de saúde.
“Finalmente temos um caminho universal sobre saúde pública”, disse Hillary. “Para acabar com tudo e começar tudo de novo, empurrando o nosso país de volta para esse tipo de debate contencioso eu acho que é a direção errada”, acrescentou ela, dizendo que “destruir” o atual modelo, conhecido como Obamacare, seria um retrocesso.
Em seu direito de resposta, Sanders disse que “o atendimento médico deveria ser um direito de cada homem, mulher ou criança. Por quê nós gastamos três vezes mais que os britânicos, que têm um sistema universal, e nós temos 29 milhões de pessoas sem seguro médico?”.
Dinheiro
Além disso, ambos se confrontaram sobre a regulamentação de Wall Street, com Sanders acusando Hillary de tomar muito dinheiro do setor financeiro ao falar de taxas e contribuições em sua campanha para impor regras rígidas.
Sanders, que aponta os maiores bancos do país os responsáveis por “corromper” a política, lembrou que Hillary recebeu mais de meio milhão de dólares por conferências com os executivos de uma grande instituição bancárias.
sEu não tiro dinheiro dos bancos. Eu não pego honorários de palestras da equipe do Goldman Sach
Bernie Sanders
O quarto debate democrata apresentou alguns dos mais afiados discursos entre Hillary Clinton e Sanders. Enquanto a ex-secretário de Estado lidera nas pesquisas nacionais, Sanders parece ter uma boa vantagem em New Hampshire e está em uma acirrada disputa em Iowa.
Sanders aproveitou o evento para martelar seus temas de campanha sobre a influência dos bilionários e de grandes doadores de dinheiro em Washington, dizendo que pretende agitar uma “revolução política” que iria transformar a política. Hillary procurou mostrar sua experiência e abordagem pragmática para a Administração, em particular no governo dividido.
No que se refere ao controle de armas, Hillary acusou Sanders de ter se beneficiado do apoio do lobby dos fabricantes de armas e de não ter uma estratégia clara para enfrentar o grupo extremista Estado Islâmico.
O debate contou ainda com o ex-governador de Maryland Martin O’Malley, que não possui chances de vencer e optou por não atacar nenhum dos candidatos.
Apesar de Hillary Clinton aparecer como favorita nas pesquisas nacionais, ela pode perder nas duas primeiras votações das primárias, que acontecem no dia 1º de fevereiro em Iowa, onde aparece empatada com Sanders nas pesquisas, e em 8 de fevereiro em New Hampshire, onde Sanders tem uma boa vantagem nas pesquisas.
Em meio a este cenário, a direção do Partido Democrata teme que a situação de 2008 se repita, quando Hillary Clinton parecia invencível na campanha até que, no início das primárias, perdeu em Iowa para o então relativamente desconhecido senador Barack Obama.