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“É um soco soberano que demos na intervenção gringa”, diz Maduro

Em discurso em meio à crise nas fronteiras do país com o Brasil e a Colômbia, presidente da Venezuela diz que resistirá ao imperialismo

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MADURO NA SEDE DA ONU EM GENEBRA
1 de 1 MADURO NA SEDE DA ONU EM GENEBRA - Foto: MARTIAL TREZZINI/KEYSTONE/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez longo pronunciamento na tarde deste sábado (23/3), após grande mobilização de opositores para permitir a entrada de ajuda humanitária no país. O chefe do Executivo venezuelano determinou o fechamento das fronteiras com o Brasil e com a Colômbia nos últimos dois dias para evitar que oposicionistas entrem na Venezuela com suprimentos doados por países como Brasil e Estados Unidos, que não reconhecem o segundo mandato presidencial de Maduro.

“Estamos empreendendo batalha pela paz, com integridade nacional, com justiça e igualdade social, com dignidade nacional. Estamos empreendendo uma batalha pela dignidade da Venezuela contra aqueles que querem deixar nosso país de joelhos diante dos americanos”, disse Maduro.

Em relação ao Brasil, ele afirmou seguir disposto a manter relações comerciais e mandou uma mensagem: “Nós estamos dispostos a comprar todo o arroz, todo o açúcar, não somos mau pagadores, somos gente honrada, que trabalha. Querem trazer caminhões, arroz, leite em pó, carne? Eu compro agora”. Ainda se dirigindo aos brasileiros, Maduro prosseguiu: “Que venham para os mercados populares. Já avisei que compraremos todo o arroz, todos os itens de exportação de vocês. Que parece? Dentro da Constituição tudo. Fora da Constituição, nada”.

Segundo Nicolás Maduro, a operação de ajuda humanitária mascara um plano de invasão da Venezuela e há comida envenenada e cancerígena sendo levada para seu país. “Não sabiam o que fazer com aquilo”, disse, referindo-se aos Estados Unidos. Segundo o presidente venezuelano, o volume de alimentos da ajuda humanitária não chega a 15 mil famílias. “Nós enviamos comida de qualidade a 6 milhões de domicílios todos os meses de maneira direta. Os problemas da Venezuela devem ser resolvidos aqui, pelos venezuelanos”, destacou.

Maduro disse que aceita ajuda humanitária da União Europeia e alertou para o que considera ser o objetivo da mobilização internacional: depor seu governo para “roubar” as riquezas naturais do país, entre elas, petróleo e gás. “Abram os olhos queridos compatriotas. Estão trazendo militares para cá para tomar nosso país e roubar nossas riquezas”, disse.

Conflito nas ruas
Desde a manhã deste sábado, a tensão entre militares e manifestantes venezuelanos é grande. Muitos tentaram ultrapassar a fronteira com a Colômbia, mas encontraram um bloqueio das forças militares venezuelanas.

Um grupo liderado pelo autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, organiza uma movimentação para conseguir a entrada da ajuda humanitária no país. Dois caminhões com itens básicos de saúde e alimentos do Brasil saíram de Boa Vista (RR) na manhã deste sábado e seguiram para Pacaraima, na fronteira, para entrega. Guaidó confirmou a entrega dos mantimentos encaminhados pelo Brasil.

Maduro também fez críticas a Guaidó e disse que “não é tempo de traidores, é tempo de lealdade, com a pátria e com os ideias supremos” do país. “O golpe de estado fracassou”, completou.

Confira imagens dos conflitos na Venezuela:

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Manifestantes venezuelanos queimaram veículos na fronteira com a Colômbia
Manifestantes venezuelanos entram em conflito com militares após tentarem atravessar fronteira com a Colômbia
População protesta por entrada de ajuda humanitária na Venezuela
Fronteira do Brasil com a Venezuela foi fechada após ordem de Nicolás Maduro
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Venezuelanos saem às ruas para pedir a entrada de ajuda humanitária no país

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Manifestantes venezuelanos queimaram veículos na fronteira com a Colômbia

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Manifestantes venezuelanos entram em conflito com militares após tentarem atravessar fronteira com a Colômbia

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População protesta por entrada de ajuda humanitária na Venezuela

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Fronteira do Brasil com a Venezuela foi fechada após ordem de Nicolás Maduro

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Militares dispersam manifestantes venezuelanos com bombas de gás lacrimogêneo

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Militares e manifestantes venezuelanos entraram em conflito neste sábado (23/2)

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