Diplomatas brasileiros em Caracas vão ignorar ordens de Maduro
De acordo com o chanceler Ernesto Araújo, representantes continuarão na Venezuela, mas apenas respondendo a Guaidó
atualizado
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Num gesto de apoio a Juan Guaidó (foto principal), o Itamaraty orientou seus diplomatas em Caracas a responder apenas ao presidente da Assembleia Nacional, considerado a partir de quarta-feira (23/1), como a única autoridade legítima e reconhecida pelo Brasil.
À reportagem, o chanceler Ernesto Araújo indicou que não vai retirar da Venezuela os diplomatas brasileiros. “Eles ficam”, disse na manhã desta quinta-feira (24), em Davos. Outra orientação, segundo ele, seria a de apenas manter contatos com a equipe de Guaidó.
Diante do fim do reconhecimento do governo de Nicolás Maduro por diversos governos latino-americanos, foi dada 72 horas para a diplomacia dos EUA se retirar do país. A Casa Branca, porém, indicou que as ordens de Maduro não tinham efeito.
A reportagem obteve uma carta assinada pelo próprio Guaidó e enviada a todas as embaixadas estrangeiras em Caracas. No documento, o presidente da Assembleia ressalta: “Desejo firmemente que mantenham sua presença diplomática em nosso país”.
Guaidó também alerta aos governos estrangeiros a ignorar as ordens de Maduro. “Peço que desconheçam qualquer ordem ou disposição que contradiga o firme propósito do poder legítimo da Venezuela, que, em virtude da Constituição, ostento que as missões diplomáticas, os chefes de missões e todos seus funcionários continuem operando na Venezuela com normalidade e que se respeitem todas as imunidade e privilégios”, escreveu.
“Qualquer disposição contrária careceria de validade, já que emanaria de pessoas ou entidades que, por seu caráter usurpatório, não têm autoridade legítima para pronunciar-se a respeito”, completou Guaidó.