Diplomatas argentinos condenam “golpe de Estado” na Bolívia
O posicionamento é contrário ao que afirmou o ministro das Relações Exteriores do país, que destacou o papel das Forças Armadas bolivianas
atualizado
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Os diplomatas de carreira na Argentina condenaram a situação atual da Bolívia e classificaram como golpe a movimentação que levou à renúncia de Evo Morales, agora ex-presidente. O posicionamento vai de encontro ao anunciado pelo ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Faurie, que negou que haja um golpe de Estado contra Morales.
A nota foi publicada em conta oficial no Twitter da Associação Profissional do Serviço Exterior da Nação (Apsen) na noite dessa segunda-feira (11/11/2019).
“Seguimos com atenção a situação dos funcionários diplomáticos que estão assistindo os argentinos na embaixada e nossos seis consulados na Bolívia, a raiz da violência e o golpe de Estado que depôs o presidente Evo Morales, o qual condenamos”, afirmou em nota.
Seguimos con atención la situación de los funcionarios diplomáticos que están asistiendo a los argentinos en la Embajada y nuestros 6 consulados en Bolivia, a raíz de la violencia y el golpe de Estado que depuso al Presidente Evo Morales, el cual condenamos.
— Apsen (@ApsenMre) November 11, 2019
A mensagem foi publicada nas redes sociais pouco depois de o chanceler argentino afirmar em uma coletiva de imprensa que não houve um golpe de Estado na Bolívia e destacou o papel que as Forças Armadas do país têm desempenhado no momento.
A Bolívia tem enfrentado uma forte onda de protestos após a Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciar possíveis irregularidades nas eleições realizadas no dia 20 de outubro, que reconduziram Morales ao cargo de presidente.
Sob forte pressão e após um pedido das Forças Armadas, Evo anunciou que renunciaria ao cargo para buscar a pacificação no país. “Renuncio a meu cargo de presidente para que [Carlos] Mesa e [Luis Fernando] Camacho não sigam perseguindo dirigentes sociais”, disse o agora ex-presidente, referindo-se aos líderes opositores na Bolívia.
(Com informações de agências internacionais)