Cúpula das Américas: conheça o evento a que Bolsonaro irá nos EUA
Evento ocorre nesta semana em Los Angeles, na Califórnia. Argentina, México e Bolívia ameaçam esvaziar cúpula após exclusão de outros países
atualizado
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Iniciada nessa segunda-feira (6/6) em Los Angeles, na Califórnia, a Cúpula das Américas é uma reunião que ocorre em intervalos de três a quatro anos para reunir chefes de Estado e de governo e outras lideraças do continente americano.
A 9ª edição do evento deveria ter sido realizado em 2021, mas foi adiada para 2022 em razão da pandemia. Sediada nos EUA, ela deve contar com a presença do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), convencido a participar após o governo americano oferecer uma reunião bilateral com Joe Biden às margens do evento.
Com o tema “Construindo um futuro sustentável, resiliente e equitativo” para o hemisfério ocidental, a edição de 2022 pode acabar esvaziada, porque os Estados Unidos não convidaram países comandados por regimes de esquerda tidos como ditatoriais, como Cuba, Venezuela e Nicarágua. O governo americano considera fraudulentas as eleições que ocorreram nessas nações e se opõe a seus governos.
Como consequência da exclusão desses países, México, Argentina, Honduras e Bolívia ameaçaram também não comparecer ao evento. Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, foi o primeiro a se opor à exclusão das nações vizinhas e atrelou seu comparecimento ao convite a todas as nações do continente.
O atual presidente cubano, Miguel Diáz Canel, disse que “em nenhum caso” participará da cúpula organizada pelo vizinho. Na Venezuela, o convite foi feito a Juan Guaidó, “autonomeado” presidente do país, em oposição a Nicolás Maduro. Daniel Ortega, por sua vez, também não foi convidado após relatos de sucessivas medidas autoritárias na Nicarágua.
Apesar da ameaça, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, confirmou sua participação na última semana. Segundo a agência de notícias AFP, em seguida o líder argentino recebeu uma ligação de Biden e os dois conversaram por cerca de 25 minutos. Fernández foi, inclusive, convidado a visitar Washington em julho, de acordo com comunicado da Casa Branca.
Políticas comuns e valores compartilhados
A Cúpula das Américas se destina a “reunir os líderes do continente para discutir questões políticas comuns, reafirmar valores compartilhados e garantir compromissos com ações conjuntas em nível nacional e regional para enfrentar os desafios contínuos e novos enfrentados nas Américas”.
Além de chefes de Estado, também são convidados para as discussões representantes da sociedade civil, lideranças indígenas, empresários e jovens empreendedores.
Na última edição, realizada em Lima, Peru, em 2018, os líderes se comprometeram a combater a corrupção no continente. Desta vez, um dos assuntos centrais deverá ser imigração, questão considerada prioritária para os EUA, país que sedia o evento pela segunda vez.
A cúpula foi idealizada em 1994 pela Organização dos Estados Americanos (OEA), após os Estados Unidos terem apresentado a proposta de criação de uma Área de Livre Comércio (Alca) entre todos os países da América do Norte, América do Sul, América Central e Caribe, com exceção de Cuba.
Esse acordo estreitaria caminhos de uniões comerciais entre si e o desenvolvimento dos países, com acordos de diminuição alfandegária, entre outros, mas acabou nunca saindo efetivamente do papel.
Bolsonaro viaja na quarta
Bolsonaro vai embarcar para os Estados Unidos na quarta-feira (8/6) e deve participar da cúpula nos dias 9 e 10. Ele ainda tem uma reunião bilateral com o presidente Joe Biden na quinta-feira (9/6), no mesmo local da cúpula.
Além do evento em Los Angeles, Bolsonaro vai a Orlando, na Flórida, participar da inauguração do vice-consulado brasileiro. A visita dele à cidade deve ocorrer entre sexta (10/6) e sábado (11/6).
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