Cuba elege 1º presidente após 60 anos da família Castro no poder
A previsão é que o processo eleitoral na ilha termine nesta quinta-feira (19/4), quando os cubanos conhecerão o novo mandatário
atualizado
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Cuba iniciará nesta quarta-feira (18/4) a sucessão de Raúl Castro, que continuará liderando o Partido Comunista, com os olhos postos em Miguel Díaz-Canel, líder nascido após a Revolução e que, se eleito, se tornará o primeiro a chegar ao poder sem o sobrenome mais famoso da ilha. O início da histórica sessão eleitoral do novo presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular foi antecipado para esta quinta (19).
Castro anunciou que não buscará a reeleição ao cargo, o qual assumiu em 2008, abrindo caminho para uma nova geração de líderes comunistas que não lutaram na Sierra Maestra.
O regulamento para essas eleições no órgão parlamentar explica que os 605 deputados eleitos em março analisarão e aprovarão as candidaturas apresentadas por uma comissão especializada.
Isso ocorre desde a criação, em meados dos anos 1970, do sistema de Poder Popular em Cuba, quando o falecido líder cubano Fidel Castro foi eleito. Em 2008, já doente, renunciou à sua candidatura e seu irmão Raúl Castro o substituiu. A princípio, todos os deputados têm o direito de inclusão nas candidaturas. No entanto, em Cuba, apenas o primeiro vice-presidente, Miguel Díaz-Canel, é mencionado como sucessor do cargo de Castro. Díaz-Canel é um político e ex-professor universitário.
Ele foi apadrinhado pelo próprio Raúl Castro, ao ser eleito primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros nas eleições de fevereiro de 2013. É o primeiro líder cubano nascido após a revolução a alcançar essa posição.
O político nasceu na província central de Villa Clara e completará 58 anos no dia 20 de abril. Seu estilo político inclui gestos como o ocorrido durante sua votação nas eleições de março passado, quando foi apresentado ao colégio eleitoral acompanhado de sua família.
Outros possíveis candidatos citados “nas ruas” em Cuba para posições proeminentes no governo são Mercedes López Acea, primeiro-secretário do Comitê Provincial do Partido em Havana, Lazaro Expósito, no mesmo cargo do Partido, mas em Santiago de Cuba, e o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez.
Por sua idade, nem Díaz-Canel nem os outros líderes mencionados são membros da “geração histórica” que participaram da guerra contra o regime de Fulgencio Batista, derrubado pela revolução armada em 1º de Janeiro de 1959.