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Conflito EUA x Irã chega ao 5º dia sob tentativas de esfriamento

ONU, Otan e vários países vêm acumulando declarações no sentido de intensificar negociações para impedir escalada drástica no conflito

atualizado

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NASSER NASSER/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
funeral bagda
1 de 1 funeral bagda - Foto: NASSER NASSER/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O mundo chega ao quinto dia de tensão após o assassinato do general iraniano Qassim Suleimani com órgãos diplomáticos e organizações internacionais tentando conter os ânimos e minimizar o impacto de declarações inflamadas de ambos os lados. Em meio às ameaças do presidente Donald Trump, de autoridades iranianas e até da filha de Suleimani, líderes pregam o diálogo e o arrefecimento do conflito.

Nessa segunda-feira (06/01/2020), o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, voltou a pedir a retomada do diálogo e alertou para o risco de “erros de cálculo” que podem resultar na escalada do conflito. As tensões, segundo ele, “estão levando mais e mais países a tomar decisões imprevistas com consequências imprevisíveis”.

Após o ataque, Guterres havia se pronunciado defendendo a “redução das tensões no Golfo” e se dizendo “profundamente preocupado com a recente escalada no conflito”. “Este é um momento em que os líderes mundiais devem exercer a máxima contenção”, afirmou.

Ainda no âmbito da ONU, a agência de cultura da organização, a Unesco, fez um apelo para que ambos os países poupassem locais históricos e de cultura. No sábado (04/01/2020), Trump disse que os EUA têm 52 alvos, incluindo alguns de “alto nível e grande importância cultural” no Irã.

Segundo o diretor-geral da Unesco, Audrey Azoulay, os dois países se comprometeram em tratados a proteger patrimônios culturais em meio à guerra e lembraram que o Irã tem mais de 20 locais classificados como patrimônio mundial.

A ameaça de Trump envolvendo os 52 locais que estariam sob a mira das Forças Armadas também causou reação, aliás, no Reino Unido. O porta-voz oficial do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, fez questão de ressaltar essas convenções que protegem sítios históricos.

Quem também se manifestou foi o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, dizendo que os membros da aliança declaram que um novo conflito “não seria de interesse de ninguém” e pedem “restrições e uma inversão da escalada”.

Ele se reuniu com embaixadores da Otan e afirmou que ouviu deles preocupação sobre “atividades de desestabilização do Irã em toda a região do Oriente Médio”.

Mesmo no caso do Iraque, próximo ao Irã, o primeiro-ministro, Adel Abdul-Mahdi, começou a negociar, em conversa com o embaixador estadunidense no país, Matthew Tueller, a retirada das tropas dos EUA, conforme aprovou o parlamento iraquiano no último domingo (05/01/2020). Na conversa, ele pediu que haja cooperação para prevenir que se “deslize para uma guerra aberta” entre EUA e Irã.

Outro fator que preocupa é o anúncio do Irã de que deixaria de cumprir os termos do acordo nuclear assinado em 2015. Com a perspectiva de que o país volte a desenvolver sem limitações seu programa de enriquecimento de urânio, a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU afirmou que técnicos continuarão a monitorar as atividades iranianas.

Eles lembraram, no entanto, que o Irã garante que continuará a cooperar com a agência.

Internamente nos Estados Unidos também há movimentações para conter Trump: nessa segunda-feira (06/01/2020), a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, anunciou que vai propor uma “resolução de poderes de guerras” que limite as ações no Irã e reforce a supervisão do Congresso sobre as ações militares do presidente.

Aliados iranianos mantêm cautela
Nas Nações Unidas, Rússia e China condenaram o ataque à embaixada estadunidense em Bagdá, no Iraque, no Ano-Novo, mas decidiram bloquear um comunicado do Conselho de Segurança da ONU reprovando o episódio, porque consideraram que seria “impossível” desconsiderar o que ocorreu com Suleimani.

A decisão dos dois países, ambos aliados do Irã, foi criticada pelos Estados Unidos.

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