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Com saída de Reino Unido da UE, Espanha quer controle de Gibraltar

O país ibérico vem tentando há muito tempo reassumir o controle do território estratégico, que foi cedido aos britânicos em 1713

atualizado

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O ministro de Relações Exteriores da Espanha, Alfonso Dastis, disse neste domingo (2/4) que o governo espanhol está pedindo à União Europeia que fique do lado de Madrid nas discussões sobre o futuro do território britânico de Gibraltar, que fica no sul da Península Ibérica. Dastis disse ao jornal El País que Madrid insiste em ter direito a veto em qualquer acordo que envolva Gibraltar, num momento em que o Reino Unido se prepara para deixar a União Europeia.

“Conversamos com membros e instituições da UE nas últimas semanas e deixamos clara a posição da Espanha: quando o Reino Unido deixar a UE, o país membro da UE será a Espanha. No caso de Gibraltar, a UE é portanto obrigada a ficar do lado da Espanha”, disse o ministro.

Na semana passada, a UE sugeriu que estaria preparada para dar esse poder de veto à Espanha, o que irritou residentes de Gibraltar. A Espanha vem tentando há muito tempo reassumir o controle do território estratégico, que foi cedido aos britânicos em 1713.

Reino Unido
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse neste domingo que o Reino Unido continua comprometido com Gibraltar e seus 32 mil residentes. O Reino Unido deu início na quarta-feira ao processo de separação formal da União Europeia.

Na entrevista ao El País, Dastis disse que a Espanha não vai fechar a fronteira com Gibraltar após o Brexit. Tal medica colocaria em risco empregos dos dois lados, e “não vejo como isso nos beneficiaria”. Segundo ele, a Espanha vai pedir durante as negociações do Brexit um “princípio de reciprocidade” em relação a direitos de trabalhadores e imigrantes. “Se Londres adotar medidas que prejudiquem os direitos de europeus, faremos o mesmo (com britânicos na UE)”, disse.

A Espanha também é favorável a um “soft” Brexit, que permitisse ao Reino Unido manter pelo menos alguns de seus acessos ao lucrativo mercado comum, disse Dastis, lembrando que a UE tem acordos desse tipo com não-membros como Noruega, Islândia, Liechtenstein e Suíça. No entanto, esses acordos incluem a trânsito livre de pessoas entre países da UE, algo que o governo britânico prometeu barrar quando sair do bloco.

“A ideia é que o status do Reino Unido continue o mais próximo possível do atual”, disse o ministro. Ele também comentou sobre a possibilidade de um plebiscito sobre a independência da Escócia. O “não” venceu em 2014, mas agora separatistas querem um novo plebiscito, argumentando que os escoceses votaram pela permanência do Reino Unido na UE no referendo sobre o Brexit, no ano passado. “Em teoria, não vejo motivo para barrarmos” a reentrada da Escócia na UE, disse Dastis.

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