Chanceler de Cuba reage a discurso de Bolsonaro na ONU: “Ele delira”
Filho do presidente brasileiro, deputado federal Eduardo Bolsonaro ironizou: “Se está reclamando é porque foi bom. É o nosso comunistômetro”
atualizado
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Os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PSL) à “ditadura cubana”, em seu discurso na manhã desta terça-feira (24/09/2019), na abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), provocou reações do chanceler de Cuba, Bruno Rodriguéz, que foram corroboradas pelo presidente daquele país, Miguel Díaz-Canel. “Bolsonaro delira”, atacou o diplomata cubano.
Entre outros pontos, Bolsonaro afirmou,a sua fala, que a “ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem nenhuma comprovação profissional” e que “nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para colaborar com a implementação de ditaduras”. No Brasil, disse o presidente, “eles foram derrotados”.
No Twitter, Rodriguéz não foi menos contundente: “Rechaço energicamente as calúnias de Bolsonaro sobre a cooperação médica internacional. [Bolsonaro] Delira e tem saudade dos tempos da ditadura militar. Deveria lidar com a corrupção em seu sistema de Justiça, governo e família. É o líder do aumento da desigualdade no Brasil”.
Veja:
Rechazo enérgicamente calumnias de Bolsonaro sobre #Cuba y cooperación médica internacional. Delira y añora los tiempos de la dictadura militar. Debería ocuparse de la corrupción en su sistema de justicia, gobierno y familia. Es el líder del incremento de la desigualdad en Brasil
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) 24 de setembro de 2019
O presidente Díaz-Canel não só retuitou a mensagem de seu chanceler, como também fez ele mesmo um ataque a Bolsonaro e ao presidente norte-americano, Donald Trump: “A ignorância dos presidentes dos EUA e do Brasil tira o brilho da política internacional com sua retórica. Eles zombam da vida no planeta, ignorando a seriedade da atual crise climática. Eles são portadores padrão do fascismo. A firmeza de Cuba permanecerá inabalável”.
Confira:
La ignorancia de los presidentes de EE.UU y Brasil, desluce la política internacional con su retórica. Se mofan por la vida en el planeta al desconocer la gravedad de la crisis climática actual. Son abanderados del fascismo. La firmeza de #Cuba permanecerá inquebrantable. pic.twitter.com/AlSKhoznGQ
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) 24 de setembro de 2019
Comunistômetro
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Bolsonaro e candidato a embaixador do Brasil nos EUA, contra-atacou, também pelo Twitter, em tom irônico: “Se o chanceler cubano está reclamando é porque foi bom. É o nosso comunistômetro”.
Leia:
Se o chanceler cubano está reclamando é porque foi bom. É o nosso comunistômetro.
Cuba é a maior escravidão do mundo,seu povo vive de forma miserável,pouquíssimos conseguem denunciar isso ao mundo e ninguém pode sair da ilha sem autorização do gov.
Venezuela vai p mesmo caminho. https://t.co/eQ4b1DSZeu— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) 24 de setembro de 2019