Catalunha desafia Espanha e declara independência
“Nosso governo não se distanciará da democracia”, ressaltou o governador Carles Puigdemont em seu discurso de independência
atualizado
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O governador catalão, Carles Puigdemont, anunciou em uma sessão do Parlamento nesta terça-feira (10/10) a independência da região, em desafio à Espanha. “Nosso governo não se distanciará da democracia”, ressaltou ele. Apesar da decisão, a separação não é reconhecida por Madri, que a considera ilegal.
“Nada, nem a violência, impediu o plebiscito”, disse Puigdemont, e enviou seus sentimentos aos manifestantes que forem feridos no dia da votação, realizada no dia 1.º. Ele também ressaltou a importância de desescalar a tensão. “Nenhuma instituição espanhola está aberta a falar sobre o nosso futuro. (…) A relação que temos com a Espanha hoje não funciona.”
Antes do pronunciamento, o porta-voz do governo espanhol havia pedido a Puigdemont para “não fazer nada irreversível”. “Quero pedir ao senhor Puigdemont que não faça nada irreversível, que não siga nenhum caminho que não tenha volta, que não leve a cabo nenhuma declaração unilateral de independência, que volte à legalidade”, disse Íñigo Méndez de Vigo.
“A Europa já disse com toda a clareza que não aceitará uma declaração de independência da Catalunha”, afirmou ele, em referência às declarações de líderes europeus em apoio ao governo do premiê Mariano Rajoy.
A Assembleia Nacional Catalã, ONG que luta pela independência da região, havia convocado partidários da separação para que se concentrassem em frente à sede do Legislativo visando garantir que a declaração unilateral ocorresse. Nesta manhã, a polícia fechou ao público o Parque de la Ciutadella, onde fica o Parlamento regional da Catalunha, como medida de segurança.
No plebiscito do dia 1.º, segundo os resultados divulgados pelo governo catalão, 2,02 milhões de pessoas votaram a favor da independência – 90% dos 2,2 milhões dos votos. O “não” teve o respaldo de 166,5 mil eleitores. Isto quer dizer que 41,5% dos 5,3 milhões de eleitores foram às urnas. Houve denúncias de que eleitores votaram mais de uma vez, por falta de controles. A polícia subordinada a Madri reprimiu centenas de separatistas.