Candidata da França critica Papa e o acusa de se meter na política
Marine Le Pen, da extrema-direita, tenta a Presidência do país europeu neste ano
atualizado
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A candidata da extrema-direita à Presidência da França, Marine Le Pen, fez uma dura crítica ao papa Francisco e o acusou de se intrometer nas campanhas eleitorais com seus discursos sobre imigração.
Ainda sob os resquícios da polêmica declaração de que a França “não foi responsável” pela deportação de judeus durante o regime Vichy, Le Pen atacou nesta sexta-feira (14/4) o líder católico, que defende abertamente políticas de acolhimento a refugiados e imigrantes.
“Sou extremente fiel, uma católica, e tenho a sorte de nunca ter duvidado de nada. Mas estou furiosa com a Igreja, porque acho que ela se mete em tudo, menos no que lhe diz respeito”, disse a líder do partido Frente Nacional (FN) em uma entrevista ao jornal católico “La Croix”.
Le Pen explicou que não tem “nada contra” os apelos do papa Francisco pelos atos de “caridade e acolhimento ao próximo”, mas acredita que “a caridade pode ser individual”. “[Apelos] para que os países vão contra o interesse do próprio povo não colocando condições para um fluxo imigratório importante, significa, para mim, fazer política e até ingerência, visto [que o Papa] também é um chefe de Estado”, criticou a candidata ao Palácio do Eliseu.
O primeiro turno das eleições presidenciais francesas está marcado para 23 de abril, com um possível segundo turno em 7 de maio. O vencedor sucederá François Hollande em um mnadato de cinco anos.
De acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto, Le Pen, que aparecia entre as favoritas no início da campanha, tem caído nas enquetes, assim como o candidato Emmanuel Macron, do partido “En Marche!”.
Seu sucesso nas urnas pode ser ainda mais prejudicado com o pedido feito pela Justiça francesa ao Parlamento Europeu de retirar a imunidade parlamentar de Le Pen. A medida ajudaria em investigações sobre o pagamento irregular de colaboradores com verbas do fundo europarlamentar.
A suspeita é a de que Le Pen pagou, com dinheiro do Parlamento Europeu, assistentes parlamentares que, na verdade, trabalhavam para a Frente Nacional.