Brasil sugere observação internacional em nova eleição na Bolívia
Itamaraty se manifestou a favor de novas eleições gerais após relatório da OEA que aponta irregularidades no pleito deste ano
atualizado
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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) sugere, em nota divulgada neste domingo (10/11/2019), que as novas eleições presidenciais na Bolívia contem com “observação internacional em todas as etapas do processo” para a garantia de “transparência e legitimidade”.
O posicionamento é decorrente de um relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) que apontou a existência de fraudes no pleito de 20 de outubro deste ano, com vitória de Evo Morales. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) já havia pedido uma recontagem de votos diante dos primeiros sinais de irregularidades.
“O Brasil estima que o novo sufrágio deve ser dotado de todas as condições para assegurar sua absoluta transparência e legitimidade. Nesse sentido, o novo sufrágio deve ser presidido por autoridades reconhecidas por sua honorabilidade e credibilidade para garantir o soberano desejo dos bolivianos, e contar com observação internacional em todas as etapas do processo”, diz a nota do Itamaraty.
Após manifestações populares, o próprio presidente Evo Morales anunciou a convocação de novas eleições. Segundo a agência Associated Press, a Procuradoria-Geral da Bolívia iniciou uma investigação com base no relatório preliminar da organização internacional.
O MRE apoia a realização de novas eleições por considerar o indicativo de “graves irregularidades” no material divulgado.
Veja a íntegra da nota:
O Brasil toma conhecimento do resultado da Análise de Integridade Eleitoral das eleições gerais de 20 de outubro, realizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), e expressa profunda preocupação com as graves irregularidades ali apontadas, que desqualificam o pleito e levam à necessidade de convocação de um novo processo eleitoral.
O Brasil considera pertinente a convocação de novas eleições gerais em resposta às legítimas manifestações do povo e às recomendações da OEA, após a constatação das graves irregularidades.
O Brasil estima que o novo sufrágio deve ser dotado de todas as condições para assegurar sua absoluta transparência e legitimidade. Nesse sentido, o novo sufrágio deve ser presidido por autoridades reconhecidas por sua honorabilidade e credibilidade para garantir o soberano desejo dos bolivianos, e contar com observação internacional em todas as etapas do processo.