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Bolsonaro sobre vistos: “Alguém tem que estender o braço em 1º lugar”

Nessa segunda-feira (18/3), o governo brasileiro liberou a entrada de americanos no país sem exigência de visto. EUA não fez o mesmo

atualizado

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Isac Nóbrega/PR
Bolsonaro EUA
1 de 1 Bolsonaro EUA - Foto: Isac Nóbrega/PR

Enviada especial a Washington (EUA) – Após visitar o Cemitério Nacional de Arlington, monumento em homenagem aos norte-americanos mortos em guerras, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), conversou com a imprensa brasileira sobre o encontro mantido com Donald Trump e os acordos firmados durante a viagem.

Ele foi questionado especialmente sobre o fato de o Brasil ter liberado, por decreto, o ingresso de cidadãos americanos no país, sem a necessidade de apresentarem visto. Ao adotar a medida, o governo federal abriu mão do princípio de reciprocidade, pelo qual era esperado que a nação beneficiada por atos do tipo tratasse da mesma forma os brasileiros. Os EUA, contudo, continuarão exigindo documento de quem sai do Brasil para entrar no país.

“É difícil ver um americano que vem para o Brasil para ganhar estabilidade. O contrário existe. Há uma diferença. Alguém tem que estender o braço em primeiro lugar. Nesta caso, fomos nós”, declarou o presidente. Ele, contudo, lembrou que Donald Trump, na conversa desta tarde (19/3), afirmou que vai avaliar uma forma de facilitar o acesso dos brasileiros ao território dos EUA.

O presidente pediu desculpas pelo “equívoco” cometido durante entrevista concedida na segunda-feira (18) ao canal de TV norte-americano Fox News, quando disse que “a maioria dos imigrantes não tem boas intenções ao vir para os EUA”. Ele também defendeu a ideia de Trump de construir um muro na fronteira do país com o México. “Obviamente foi um equívoco e peço desculpas. Isso ocorre, mas é a menor parte [dos imigrantes com más intenções]”.

Bolsonaro destacou a promessa de Trump avalizar ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “É um desejo de muito tempo da classe empresarial brasileira”, disse, afirmando que agora há uma possibilidade real de esse desejo ser atendido.

Em relação ao acordo firmado com os EUA para uso da Base de Alcântara, no Maranhão, Bolsonaro afirmou que o projeto está parado há anos e foi resolvido nesta semana o principal entrave: a questão quilombola. Questionado sobre como se deu essa resolução, ele declarou: “Conversando. Oferecemos emprego aos quilombolas para atuar na base, que, agora, terá a participação dos EUA”.

Insistindo que a conversa com Trump foi reservada, ele não quis revelar das tratativas sobre a crise da Venezuela, embora tenha admitido que esse foi um dos temas da reunião. Segundo Bolsonaro, porém, a conversa foi descontraída. O filho dele, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), teria participado do momento restrito aos dois presidentes a convite de Trump e por ter amizade por um dos cinco filhos do mandatário norte-americano. “Houve momento de descontração. Temos muita coisa em comum, como cinco filhos cada”, exemplificou Bolsonaro. “Também pedi para falar que ele estava jovem. Temos a idade das mulheres que amamos”, concluiu.

Troca de afagos
Mais cedo, em um encontro marcado por demonstrações de amizade entre os dois governos, Bolsonaro resgatou o lema de campanha de Donald Trump para estreitar a relação. “Teremos uma América grande e o Brasil grande também”, disse.

Chris Kleponis-Pool/Getty Images

Em 2016, o mote da campanha presidencial de Trump foi “Let’s make America great again”, ou seja, “Vamos fazer a América grande novamente”. A frase de Bolsonaro ecoou outras declarações elogiosas aos norte-americanos e visa aprofundar as parcerias entre os países.

“Brasil e os Estados Unidos estão irmanados no respeito à liberdade, à família tradicional, a Deus, contra a ideologia de gênero, do politicamente correto e contra as fake news”, disse o brasileiro em um dos jardins da Casa Branca, residência oficial do presidente norte-americano.

Pouco antes, Donald Trump defendeu tornar o Brasil um parceiro preferencial dos Estados Unidos, o que, na prática, pode significar maior intercâmbio comercial.

“Bolsonaro, eu vou dizer que vamos trabalhar em todos os nossos problemas e no que temos a oferecer. Tivemos uma excelente reunião. Também tenho a intenção de designar o Brasil como um aliado preferencial. Quem sabe até um aliado dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)”, afirmou Donald Trump.

Venezuela
Em seu discurso, Donald Trump atacou duramente o governo venezuelano de Nicolás Maduro. Segundo o norte-americano, é preciso acabar com o socialismo no continente latino-americano. “Junto com os Estados unidos, o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer [Juan] Guaidó [como presidente da Venezuela]. Presto minha gratidão profunda ao presidente Bolsonaro e ao povo brasileiro em garantia à ajuda humanitária”, disse Trump.

Confira as imagens da visita de Bolsonaro aos EUA:

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Donald Trump cumprimenta o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro
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Donald Trump entrega ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, uma camisa de futebol da seleção norte-americana durante reunião no Salão Oval
Encontro com o senhor Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos
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Trump e Bolsonaro sobreviveram a atentados na vida real, mas foram mortos na ficção

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Donald Trump cumprimenta o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro

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Donald Trump entrega ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, uma camisa de futebol da seleção norte-americana durante reunião no Salão Oval

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Encontro com o senhor Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos

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Encontro com o senhor Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos

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Bolsonaro discursa a empresários nos EUA

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, desembarca na base aérea de Andrews

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Jair Bolsonaro durante partida de Brasília (DF) para Washington (Estados Unidos)

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, acena para pessoas na praça ao sair da Blair House

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Jair Bolsonaro cumprimenta o senhor Henry “Hank” Paulson, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, convida o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) a compor o palco para fotografia oficial

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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante assinatura de atos

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Palavras do ministro da Economia, Paulo Guedes

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Jair Bolsonaro acompanhado do senhor Tom J. Donohue, CEO da U.S. Chamber of Commerce

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Jair Bolsonaro acompanhado do senhor Tom J. Donohue, CEO da U.S. Chamber of Commerce

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O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, acompanhado do ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, cumprimenta Walter Russell Mead, colunista do Wall Street Journal

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Discurso de Sérgio Amaral, embaixador do Brasil em Washington

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Jair Bolsonaro cumprimenta o embaixador Edgard Antonio Casciano, cônsul-geral do Brasil em Washington

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Discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro

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Da esquerda para a direita: embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral; presidente da República, Jair Bolsonaro; e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo

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Jair Bolsonaro concede entrevista para Shannon Bream, apresentadora da Fox News

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Audiência ao senhor Henry “Hank” Paulson, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos

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