Bolsonaro sobre Previdência: “Quem vai bater o pênalti é a Câmara”
O presidente disse que está disposto a encontrar Rodrigo Maia para negociar o tema. Pela reforma, ele recorreu às bancadas rural e da saúde
atualizado
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Enviado especial a Jerusalém (Israel) – Na última entrevista antes de retornar ao Brasil após quatro dias em Israel, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que a prioridade agora é aprovar a reforma da Previdência. De acordo com o chefe do Executivo federal, já estão marcadas reuniões com parlamentares para negociar pontos do texto do governo logo na quinta-feira (4/4) de manhã, quando chega ao país.
“O deputado que eu fui por 28 anos, na ponta da linha, sabe onde o calo aperta. E ele questiona o seu líder e chega no [presidente da Câmara, Rodrigo] Maia, que diz: ‘Olha, essa questão, se não tirar, a gente vota contra o projeto’. A gente diz que a boa Previdência é aquela que passa”, pontuou.
Indagado se há algum tema da reforma que o governo não aceita negociar, Bolsonaro negou. “O Parlamento é soberano para fazer os polimentos, tirar alguma coisa. A gente gostaria que passasse como chegou, mas sabemos que vai ter mudança”, reconheceu. “Quem vai bater o pênalti é a Câmara dos Deputados e, depois, o Senado”, ressaltou.
Ao terminar a terceira viagem internacional, em menos de um mês, Bolsonaro reclamou do cansaço – antes, o presidente tinha ido aos Estados Unidos e ao Chile. Foi justamente essa queixa usada como argumento para desconsiderar a ida a um jantar entre ele e Maia que era organizado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
“Falei para a minha assessoria que, para mim, tava barra pesada. Estou com 64 anos e não dá para ter uma batida dessas. Complica, de repente estou aí com problema de saúde. Se for em Brasília, estou disposto a conversar, vou até à casa do Maia, estou disposto a dialogar particularmente com ele”, prosseguiu.
Base aliada
O presidente Bolsonaro recorreu aos congressistas que indicaram os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e da Saúde, Henrique Mandetta, ambos do DEM, para cobrar apoio na aprovação das medidas enviadas pelo governo ao Legislativo.
“A gente espera, nos momentos difíceis, contar com o maior número possível de parlamentares dessa área que hoje em dia você não vê deputado reclamando do ministro da Agricultura. Antigamente, quando ele tinha problema, ele procurava o ministro, que não era do partido dele. E não resolvia. Isso acabou”, avaliou.