Bolsonaro quer conversar com Maia: “Uma namorada que quis ir embora”
O presidente afirmou, no Chile, que não deu motivos para o deputado abandonar a articulação da reforma da Previdência na Câmara
atualizado
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Enviada especial a Santiago (Chile) – Ao sair da reunião de cúpula de chefes de Estado, em Santiago, nesta sexta-feira (22/3), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que pretende conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que este retome a articulação para a votação da reforma da Previdência. Bolsonaro fez uma comparação inusitada: “Você nunca teve uma namorada? Quando ela quis ir embora, o que você fez para ela voltar? Não conversou? Estou à disposição para conversar com Rodrigo Maia, sem problema nenhum”, disse o presidente aos jornalistas.
A insatisfação de Rodrigo Maia se deve a um post de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, que numa rede social reclamou na demora da tramitação do projeto de lei anticrime enviado à Câmara pelo ministro da Justiça, Sergio Moro. Maia, então, telefonou para o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que está fora da articulação do projeto de reforma da Previdência.
Bolsonaro disse que o post não deveria ser motivo para a recusa de Maia e concordou com o filho. “Se essa foi a causa… Eu acho que o Brasil todo está indignado com a demora da votação do projeto anticrime. Nós, no Brasil não conseguimos mais viver com 60 mil homicídios por ano. Será que foi esse o motivo? Se foi esse o motivo, lamento. Isso não é motivo”, disse o presidente.
Bolsonaro reiterou estar aberto ao diálogo e disse que vai procurar Rodrigo Maia: “Lógico, eu estou sempre aberto ao diálogo. Estou fora do Brasil. Eu quero saber o motivo. Eu não dei motivo para ele sair”.
Protestos de chilenos
O presidente também foi questionado por jornalistas chilenos sobre os protestos de parlamentares que recusaram o convite para participar de um almoço em homenagem a Bolsonaro, neste sábado (23), oferecido pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera.
Segundo os parlamentares, a recusa se deve às opiniões de Bolsonaro sobre mulheres, negros, população LGBTI e ao que chamam de política de ódio do presidente brasileiro. Bolsonaro respondeu: “Se eu fosse xenófobo, machista, misógino, racista, como eu teria ganho as eleições? Isso é fake news. E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Homossexuais, negros e mulheres votaram em mim maciçamente”, encerrou.