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Bolsonaro é o 5º chefe de Estado recebido por Netanyahu no aeroporto

Deferência inclui papa Francisco, o presidente norte-americano, Donald Trump, e o antecessor, Barack Obama. Lula não recebeu esse tratamento

atualizado

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Bolsonaro e Netanyahu
1 de 1 Bolsonaro e Netanyahu - Foto: Divulgação

Enviado especial a Jerusalém (Israel) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, vai receber o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), no aeroporto Ben Gurion, localizado entre Tel Aviv (capital internacional) e Jerusalém (capital política), em sua chegada ao país. Apenas outros quatro chefes de Estado receberam essa deferência na administração do atual mandatário israelense.

Bolsonaro, dessa forma, será o quinto. No poder desde 2009, o primeiro-ministro recebeu o atual presidente norte-americano, Donald Trump, e o antecessor, Barack Obama, no local. Além deles, o próprio papa Francisco teve essa recepção e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que retribuiu a gentileza em visita de Netanyahu, no ano passado, à Índia.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), primeiro e último mandatário brasileiro a visitar Israel, em 2010, não recebeu a mesma deferência. Na época, o então chefe de Estado brasileiro foi recebido por Shimon Perez, presidente de Israel, na residência oficial. Netanyahu já era primeiro-ministro, mas não dedicou essa atenção a Lula.

Israel é governado por um sistema parlamentarista, no qual o chefe de Governo é o primeiro-ministro e o chefe de Estado, com menos atribuições, o presidente.

Segundo a assessoria de imprensa da comitiva de Bolsonaro em Israel, a recepção faz parte da agenda encaminhada pela equipe do primeiro-ministro israelense.

Veja imagens do presidente com o premiê de Israel, durante sua passagem pelo Brasil:

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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitam a  sinagoga Kehilat Yaacov, em Copacabana, no Rio de Janeiro
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, recebe a visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Copacabana
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitam a sinagoga Kehilat Yaacov, em Copacabana, no Rio de Janeiro

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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitam a sinagoga Kehilat Yaacov, em Copacabana, no Rio de Janeiro

Fernando Frazão/Agência Brasil
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, recebe a visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Copacabana

Fernando Frazão/Agência Brasil
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Agenda
A chegada de Bolsonaro está prevista para este domingo (31/3), por volta das 10h (horário local). Do aeroporto, eles seguem para um almoço conjunto. Depois, os dois terão um encontro privado. Estão previstas as assinaturas de acordos nas áreas de ciência e tecnologia, defesa, segurança pública, saúde e medicina. Os detalhes, entretanto, não foram divulgados pelo governo.

Na sequência, os dois chefes de Estado participarão de um jantar na casa do primeiro-ministro e farão uma declaração conjunta à imprensa.

Os ministros das Relações Exteriores (MRE), Ernesto Araújo; de Minas e Energia (MME), Bento Costa Lima Leite; da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (CTIC), Marcos Pontes; e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, acompanham o presidente.

No dia seguinte à chegada, segunda-feira (1º/4), o presidente irá até a unidade de contraterrorismo da polícia israelense. O filho mais velho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PSL), que integrará a comitiva brasileira, deve estar presente nesses compromissos.

Após a entrega das medalhas para as equipes que atuaram em Brumadinho, o presidente vai visitar um dos locais mais sagrados do judaísmo, o Muro das Lamentações. A construção é resquício do Templo de Herodes, o primeiro construído após a fuga dos judeus do cativeiro da Babilônia.

Agenda econômica
O terceiro dia da viagem será dedicado à agenda econômica. Bolsonaro abre as atividades com um café da manhã junto a empresários israelo-brasileiros que tocam empresas de tecnologia. Depois, segue para encontros com empresários e industriais, tanto locais quanto brasileiros, com quem almoça.

Na parte da tarde, está prevista uma visita ao Museu do Holocausto, em memória aos 6 milhões de judeus mortos vítimas do nazismo. No fim do dia, cumprindo um rito tradicional aos visitantes de Israel, Bolsonaro vai plantar um pé de oliveira, que dá origem ao azeite de oliva, no Bosque das Nações.

No último dia, quarta-feira (3), Bolsonaro vai pela manhã à cidade de Ra’anana, a 80 km de Jerusalém, onde terá encontro com brasileiros que moram por lá. Depois ele segue para Tel Aviv, de onde retorna para o Brasil.

Relações comerciais
A relação comercial entre Brasil e Israel é pequena. O país do Oriente Médio é apenas o 65º maior importador de produtos brasileiros e, na visão de Bruno Huberman, pesquisador em economia e política israelense do Programa San Tiago Dantas, não há tanto espaço para ampliar as exportações para Israel.

Há um interesse grande de diversos setores em importar produtos israelenses. Sobretudo produtos considerados de alto valor agregado, como dessalinização de água e segurança, uso de drones e outras tecnologias que podem ser aplicadas em cidades

Bruno Huberman, pesquisador em economia e política israelense

Huberman destacou o interesse manifesto pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), e o governador do estado, Wilson Witzel (PSC), em ampliar a cooperação nesse sentido. O chefe do Executivo fluminense chegou a anunciar que iria a Israel com o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, para comprar drones a serem usados em operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro.

Flávio integra a comitiva de Jair Bolsonaro a Israel e deve ir com o pai às visitas em instalações militares e de segurança do país, o quarto visitado por Bolsonaro desde que assumiu a Presidência da República.

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