Bolívia e OEA negociarão auditoria nas eleições presidenciais
Oposição, liderada pelo candidato e ex-presidente Carlos Mesa, denuncia que se houve uma fraude monumental para favorecer Evo Morales
atualizado
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A Bolívia e a Organização dos Estados Americanos (OEA) negociarão a possibilidade de auditar as recentes eleições, nas quais o presidente Evo Morales parece encaminhado a evitar um segundo turno, mas que desataram protestos e denúncias de fraude, informou neste domingo (27/10/2019) o governo boliviano.
O governo informou que começou as negociações com a OEA para firmar um convênio para a auditoria. O vice-ministro do Comércio Exterior, Benjamín Blanco, declarou que começaram os contatos para determinar quem liderará as negociações e como isso procederá.
“Estamos esperançosos em que se faça o mais rápido possível e assim agilizar o processo de auditoria”, acrescentou o ministro em uma entrevista à emissora estatal Bolivia TV.
Protestos pacíficos
A oposição, liderada pelo candidato e ex-presidente Carlos Mesa, denunciou que se tratou de uma fraude monumental para favorecer Morales. Uma aliança opositora encabeçada por Mesa desconheceu os resultados e convocou “protestos pacíficos”.
Segundo resultados oficiais, Morales conseguiu 47,08% dos votos, enquanto Mesa obteve 36,51%. A contagem terminou com uma diferença de 10,57 pontos porcentuais entre os candidatos, o que daria ao presidente a reeleição. A expectativa é que o tribunal eleitoral apresente um informe final nos próximos dias.
Na sexta-feira (25/10/2019), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, apoiou a decisão da OEA de revisar a contagem. Além disso, os EUA e países da região como Colômbia, Brasil e Argentina pediram um segundo turno para restituir a “credibilidade no processo eleitoral”.
Morales respondeu dizendo que os ministros das Relações Exteriores desses países poderiam “vir para contar voto a voto os resultados”.