Às vésperas de cúpula, EUA frisam confiança em instituições do Brasil
Governo americano destacou que eleições no Brasil são assunto para os brasileiros decidirem. Biden e Bolsonaro têm reunião nesta semana
atualizado
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Às vésperas da realização da 9ª Cúpula das Américas, em Los Angeles, e de uma reunião bilateral entre os presidentes Jair Bolsonaro e Joe Biden, representantes do governo americano deram declarações, na última semana, em respeito às instituições eleitorais brasileiras.
Bolsonaro viaja aos Estados Unidos em um momento de grande turbulência interna, dada a proximidade com o pleito de outubro. O atual chefe do Executivo federal está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto e articula para reduzir sua rejeição, ao mesmo tempo em que coloca em dúvida o processo eleitoral e ataca instituições democráticas, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na última quarta-feira (1º/6), em entrevista coletiva com jornalistas, o diretor-sênior do Conselho de Segurança Nacional para o Hemisfério Ocidental, Juan Gonzalez, disse que o governo dos Estados Unidos confia nas instituições eleitorais brasileiras, que se provaram robustas.
“O tema das eleições brasileiras é para os brasileiros decidirem, e os Estados Unidos têm confiança nas instituições eleitorais brasileiras, que se mostraram robustas”, afirmou.
Por sua vez, o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Douglas Koneff, disse na sexta-feira (3/6) que os dois líderes devem tocar em questões relativas à democracia, mas voltou a falar na soberania brasileira sobre o processo eleitoral.
“Penso que, em geral, nossos dois líderes vão falar sobre questões de democracia. Nossa posição sobre as eleições no Brasil é bem conhecida. As eleições no Brasil são para o povo brasileiro decidir e, mais uma vez, estamos confiantes nas instituições do Brasil e afirmamos isso repetidamente”, disse Koneff, em reunião na sede da embaixada americana, em Brasília.
Koneff esteve em um briefing com o TSE há alguns dias e frisou a importância da participação de organizações internacionais como observadores do processo eleitoral. O anúncio de tais observadores foi feito pelo atual presidente da corte eleitoral, ministro Edson Fachin.
“Os observadores eleitorais são uma parte natural das eleições em todo o mundo nos dias de hoje. Essas organizações estão participando de quase todas as eleições, inclusive nos Estados Unidos”, frisou o encarregado de negócios americano.
Entre os observadores do pleito brasileiro de 2022 que já foram confirmados, estão a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Bolsonaro confirmou em cima da hora
Reticente sobre a participação no evento, Bolsonaro foi convencido a participar da cúpula após receber uma visita pessoal de um enviado especial de Biden, o ex-senador Christopher Dodd, no Palácio do Planalto. Na ocasião, Dodd explicou os objetivos da cúpula e a importância da presença dos líderes da América Latina.
O colunista do Metrópoles Igor Gadelha apurou que Bolsonaro foi convencido a participar após sinalização dada por Biden de que pretende falar, no encontro bilateral, sobre fertilizantes, combustíveis e inflação global, problemas que afetam os dois países e que estão na pauta do presidente brasileiro.
Cúpula das Américas
A Cúpula das Américas será realizada entre os dias 6 e 10 de junho na cidade de Los Angeles, na Califórnia. Bolsonaro deve comparecer entre os dias 8 e 10, segundo o Itamaraty.
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