Apuração parcial indica vitória socialista nas eleições em Portugal
A legenda precisará buscar alianças com outros partidos de esquerda para obter mais quatro anos para o primeiro-ministro Antonio Costa
atualizado
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O Partido Socialista (PS) de António Costa lidera as apurações da eleição legislativa de Portugal, realizadas neste domingo (09/10/2019), segundo a apuração
parcial dos votos divulgada pelo Ministério de Administração Interna. No país, o partido que conquista mais vagas no Parlamento tem o direito de formar um
novo governo e a nomear o primeiro-ministro.
Com 80,41%% das urnas apuradas, o PS aparece com 37,59% dos votos, seguido pelo opositor Partido Social-Democrata (PSD, de centro-direita), de Rui
Rio, que tem 30,76%.
Apesar de os números indicarem uma vitória do PS, eles não são suficientes para dar maioria absoluta a Costa, que precisaria formar uma aliança para continuar governando. O PS deve obter, no entanto, um resultado melhor do que em 2015, quando conquistou 32,31% dos eleitores. Os atuais parceiros do Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e a coalizão de comunistas e ecologistas (CDU), conseguiram 8,31% e 5,25%, respectivamente.
Entre os demais partidos, o conservador Partido Popular (CDS) obteve 4,61%, o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) 2,36% e o Chega (CH) 1,13%. Os demais
14 partidos inscritos na eleição tiveram menos de 1% dos votos cada.
Os resultados oficiais são parecidos com os indicados pelas pesquisas de boca de urna divulgadas pouco depois do fechamento dos locais de votação, que
apontavam vitória do PS com entre 34% e 40% dos votos. O PSD aparecia com entre 24% e 31% das intenções de voto.
Segundo a imprensa portuguesa, o PS deve conquistar entre 100 e 117 cadeiras das 230 que formam o Parlamento do país enquanto que o PSD pode ficar com
entre 68 e 82 vagas.
Em Portugal, os votos são manuais e portanto, a apuração demora mais que no Brasil. A previsão é de que o resultado seja conhecido por volta da meia noite deste domingo
Como foi a votação
Embora os líderes políticos e o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, tenham apelado para que os portugueses exercessem seu direito ao voto,
a abstenção pode exceder o recorde batido na votação legislativa de 2015, quando atingiu 44%.
No total, 21 partidos – também recorde – participaram das eleições. O dia de votação, que teve a proteção de 5.000 agentes da Guarda Nacional Republicana
(GNR), transcorreu sem anormalidades em quase todas as 6.200 seções de votação em todo o país.
As autoridades registraram apenas pequenos contratempos, como em Perehal (norte de Portugal), onde a mesa foi aberta tarde porque a escola estava fechada
em um protesto contra a instalação de uma linha de alta tensão.
O protesto contra uma mina a céu aberto de lítio em Montalegre (na fronteira com a região espanhola da Galícia) também marcou parte do dia. Os vizinhos da
região mostraram sinais de rejeição à mina e anunciaram sua intenção de não votar, como aconteceu nas últimas eleições, quando apenas 4 dos 325 eleitores
convocados votaram.
Novo governo
O líder socialista e primeiro-ministro em exercício Antonio Costa assumiu o poder quatro anos atrás, com a promessa de desfazer as medidas de austeridade introduzidas durante a crise financeira, quando Portugal precisou de um resgate internacional Agora, seu governo estaria pronto para colher os frutos de uma recuperação econômica nos últimos anos. O crescimento passou de 0,2% em 2014 para 2,1% em 2018 e o desemprego caiu cerca de metade, para 6%, durante esse período.
A pesquisa também apontou um índice de abstenção entre 47,5% e 51,5%, o que seria um recorde no país. Nas eleições de 2015, o porcentual chegou a 44,1%. Outros veículos de imprensa portugueses também destacavam a alta abstenção. A rede RTP citou projeções feitas pela Universidade Católica que indicaram taxa entre 44% e 49%. A estimativa da TVI/Pitagórica sugeria abstenção entre 35,4% e 39,4% e a Aximage estimou para o Correio da Manhã abstenção entre 44% e 48%.