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Aliados europeus de Bolsonaro são acusados de receber recurso de Putin

Na Itália, Alemanha, Espanha, França e Hungria, grupos de extrema direita estão sendo questionados por ligações com o Kremlin

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Imagem do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de terno azul e testa franzida
1 de 1 Imagem do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de terno azul e testa franzida - Foto: Peter Muhly – WPA Pool/Getty Images

Os principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Europa estão sendo acusados de receber recursos do presidente russo Vladimir Putin para campanhas eleitorais ou movimentos políticos.

Segundo o colunista do UOL Jamil Chade, grupos de extrema direita da Itália, Alemanha, Espanha, França e Hungria estão sendo alvos de críticas e questionamentos por conta de suas relações com o Kremlin.

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Pertencente a uma família de operários, Vladimir cresceu em uma periferia russa, em São Petersburgo, e sonhava ser espião
Formou-se em direito e, em seguida, entrou para o serviço secreto russo, a KGB, em 1975
Tempos depois, iniciou vida política como vice-prefeito de São Petersburgo. Em 1999, tornou-se primeiro-ministro e, no ano seguinte, após a renúncia do então presidente, Boris Yeltsin, foi eleito presidente da Rússia
Pouco depois de assumir a presidência, liderou com êxito tropas russas ao ataque à Chechênia, durante a 2ª Guerra da Chechênia, o que o fez crescer em popularidade
Em 2004, Putin foi reeleito e, em seguida, assinou o protocolo de Kyoto, documento que o tornou responsável por reduzir gases-estufa liberados pela Rússia
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Vladimir Vladimirovitch Putin é o atual presidente da Rússia. No poder há 20 anos, desde a renúncia de Boris Yeltsin, Putin é conhecido por apoiar ditadores e declarar oposição ferrenha aos Estados Unidos

Sergei Guneyev /Getty Images
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Pertencente a uma família de operários, Vladimir cresceu em uma periferia russa, em São Petersburgo, e sonhava ser espião

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Formou-se em direito e, em seguida, entrou para o serviço secreto russo, a KGB, em 1975

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Tempos depois, iniciou vida política como vice-prefeito de São Petersburgo. Em 1999, tornou-se primeiro-ministro e, no ano seguinte, após a renúncia do então presidente, Boris Yeltsin, foi eleito presidente da Rússia

Carl Court /Getty Images
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Pouco depois de assumir a presidência, liderou com êxito tropas russas ao ataque à Chechênia, durante a 2ª Guerra da Chechênia, o que o fez crescer em popularidade

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Em 2004, Putin foi reeleito e, em seguida, assinou o protocolo de Kyoto, documento que o tornou responsável por reduzir gases-estufa liberados pela Rússia

Alexei Nikolsky v
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Seguindo a Constituição russa, que o impedia de exercer mais de dois mandatos consecutivos, o ex-KGB apoiou o seu primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, nas eleições que o sucederiam

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Em 2012, no entanto, voltou a ser eleito para novo mandato de seis anos, mesmo com forte oposição

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O líder russo Vladimir Putin diz que não irá recuar e desafia a comunidade internacional

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No ano seguinte, apoiou a guerra que aconteceu na Síria e enviou militares para ajudar o regime do presidente sírio, Bashar Al Assad

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Apesar de toda desaprovação mundial diante de atos de guerra, Putin conseguiu se eleger em 2018 para mais seis anos, com vantagem expressiva em relação aos adversários

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Devido à lei que sancionou em 2021, Putin poderá concorrer nas duas próximas eleições e, se eleito, ficar no poder até 2036

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Recentemente, após exigir que o Ocidente garantisse que a Ucrânia, que faz fronteira com território russo, não se juntaria à Otan, reformou a inimizade entre os países

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O conflito, que acendeu alerta mundial, ganhou novos capítulos após Putin ordenar, no dia 25 de fevereiro de 2022, que tropas invadissem a Ucrânia utilizando armamento militar

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Apesar dos avisos de sanções por parte de outras nações, o presidente russo prosseguiu com a intentada e deu início à guerra

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Um deles é o ex-vice-primeiro-ministro da Itália Matteo Salvini. Bolsonaro esteve com Salvini em novembro de 2021, quando o brasileiro visitou a cidade de seus antepassados no norte da Itália.

Uma gravação revelada pelo Buzzfeed, em 2019 mostra interlocutores de Salvini articulando um acordo para canalizar secretamente dezenas de milhões de dólares do petróleo russo para o partido de Salvini, a Liga Norte.

Nos dias seguintes às revelações, o italiano negou ter recebido dinheiro dos russos. “Nunca tomei um rublo, um euro, um dólar ou um litro de vodka em financiamento da Rússia”, disse Salvini. No poder, ele tentou aproximar a Itália do presidente russo Vladimir Putin e fez várias visitas a Moscou. “Salvini tem uma atitude acolhedora em relação a nosso país”, disse o chefe do Kremlin.

Le Pen e Orbán

A candidata de extrema direita na França, Marine Le Pen, recém derrotada por Emmanuel Macron nas eleições presidenciais, também tem relações com o governo russo.

Em 2014, o partido de seu pai, Jean Marie Le Pen, conseguiu um empréstimo de 2 milhões de euros de uma empresa offshore, com sede no Chipre. Segundo uma investigação do site Mediapart, a empresa tinha relações com um ex-agente da KGB ligado a oligarcas russos.

Marine Le Pen teria pedido um empréstimo para o partido de seu pai para a campanha eleitoral de 2017. Quando as leis foram revisadas e foi estabelecido que bancos não europeus não poderiam financiar campanhas eleitorais, Le Pen passou a apostar numa relação com a Hungria, uma sólida aliada de Putin no continente europeu.

Chamado por Bolsonaro de “irmão”, Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, também possui relações próximas com o Kremlin. Ele foi o primeiro líder europeu a romper com uma posição comum da União Europeia e receber Putin em Budapeste, depois da anexação da Crimeia, em 2014.

Naquele mesmo ano, seu governo escolheu a estatal russa Rosatom para renovar a única usina nuclear da Hungria, por um valor de 12,5 bilhões de euros. Para isso, os próprios russos iriam fazer um empréstimo em condições generosas de 10 bilhões de euros e que teria de ser pago em apenas 21 anos, contando a partir de 2026.

Em 2017, após bloqueios, a UE deu seu sinal verde para a obra, o que causou a indignação da oposição húngara.

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Presidente da Hungria, Viktor Órban, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro
Marine Le Pen, nome tradicional da extrema direita na França
Ex-vice-primeiro-ministro da Itália Matteo Salvini
Presidente Jair Bolsonaro recebeu a deputada Beatrix von Storch, vice-líder do partido Alternativa para a Alemanha. Grupo é acusado de propagar ideias neonazistas
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Bolsonaro e Viktor Orban. Líder húngaro deve comparecer à posse de Milei

Marcos Corrêa/PR
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Presidente da Hungria, Viktor Órban, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro

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Marine Le Pen, nome tradicional da extrema direita na França

Divulgação
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Ex-vice-primeiro-ministro da Itália Matteo Salvini

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Presidente Jair Bolsonaro recebeu a deputada Beatrix von Storch, vice-líder do partido Alternativa para a Alemanha. Grupo é acusado de propagar ideias neonazistas

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Alemanha e Espanha

Outro país europeu que também registra um interesse especial de Putin é a Alemanha. O Kremlin é acusado por forças políticas de Berlim de ser um dos principais apoiadores do partido Alternativa para Alemanha (AfD, sigla em alemão), de extrema direita.

Uma das representantes do movimento, Beatrix von Storch, é neta de um dos mais importantes ministros de Adolf Hitler e foi recebida pelo presidente Jair Bolsonaro no ano passado, assim como pelos principais nomes do bolsonarismo no país. Na Europa, porém, o partido é alvo de suspeitas por suas relações com o Kremlin.

Quem levou a deputada alemã de extrema-direita até Bolsonaro

O movimento de extrema direita na Espanha também vem sendo alvo de questionamentos. Um dos membros do Conselho da organização ultracatólica CitizenGO, Alekséi Komov, chegou a ser alvo de sanções por sua proximidade com o Kremlin.

Numa investigação, a entidade OpenDemocracy revelou como a CitizenGO é apoiado por milionários russos, com o suposto objetivo de ajudar o movimento espanhol a ganhar força para eleições.

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