Polícia haitiana mata sete suspeitos de assassinar o presidente
Outros seis acusados foram presos e os mentores da operação ainda estão sendo procurados
atualizado
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A polícia haitiana matou sete suspeitos e prendeu mais seis acusados de participar do assassinato do presidente Jovenel Moïse. As autoridades do país confirmaram as informações em entrevista coletiva nesta quinta-feira (8/7).
Mathias Pierre, ministro das Eleições e Relações interpartidárias do Haiti, identificou um dos suspeitos como cidadão americano de ascendência haitiana, chamado James Solages. O ministro relatou, em entrevista ao Washington Post, que deve haver, no mínimo, mais um americano entre os detidos.
De acordo com o jornal O Globo, as investigações iniciais apontam que os homens seriam mercenários com treinamento profissional de combate. A polícia anunciou a morte de outros quatro suspeitos na noite de ontem, além da prisão de mais dois.
Em vídeos postados nas redes sociais, dois homens aparecem algemados na parte traseira de um carro da polícia. Também é possível ver agentes portando fuzis.
Em outras imagens, homens são conduzidos pela população para serem entregues às autoridades. De acordo com relatos, eles estavam escondidos e foram capturados por civis.
A group of citizens in #Haiti caught two alleged mercenaries accused of assassinating Jovenel Moïse. They were hiding in a ravine. Many are enraged. They argue that whether he was good or bad, foreigners have no right to enter the country and assassinate him. pic.twitter.com/usHCur0oR9
— Madame Boukman – Justice 4 Haiti 🇭🇹 (@madanboukman) July 8, 2021
O assunto é tratado de forma sigilosa pelas autoridades haitianas, enquanto as investigações que determinam o que está por trás do crime avançam.
A delegacia da capital de Porto Príncipe reuniu uma pequena multidão, que queria linchar os detidos. A transferência dos corpos dos quatro suspeitos também gerou exaltação em dezenas de pessoas, que se juntaram ao redor do ônibus de transporte para violar os cadáveres.
A multidão gritava palavras de ordem, demonstrando o desejo de incendiar os corpos em um ato de retaliação pelo assassinato do presidente. Léon Charles, chefe da polícia, pediu à população para que não causasse distúrbios e auxiliasse as forças de segurança.
Crime
Além do presidente, a primeira-dama Martine Moïse também foi baleada, sendo atingida no abdômen e na mão. A filha do casal, Jomarlie Jovenel Moïse, estava presente no momento do assassinato, mas conseguiu se esconder.
Uma empregada doméstica e um funcionário de plantão, que estavam no local, foram amarrados pelos criminosos após a invasão.
A primeira-dama recebeu os primeiros socorros em um hospital da região e foi transferida para Miami, na tarde dessa quarta-feira (7/7). Bocchit Edmond, embaixador haitiano nos Estados Unidos, informou que o estado dela é crítico, mas estável.
No momento do crime, o presidente estava sob segurança de guardas pessoais, integrantes de uma unidade especializada da Polícia Nacional do Haiti designada para o palácio presidencial. Fontes ouvidas pelo Miami Herald afirmaram que a segurança de Moïse era motivo de preocupação há algum tempo.
O assassinato de Moïse aprofundou a grande crise pela qual o país passa, gerando incerteza sobre a linha sucessória. Claude Joseph, primeiro-ministro interino, assumiu o poder no momento e declarou estado de sítio por duas semanas.