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Grupo antivacina planejava assassinar o premiê da Saxônia, diz polícia

O grupo antivacina utilizava o aplicativo Telegram para articular como seria o ataque contra o líder do estado alemão

atualizado

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Primeiro-ministro da Saxônia, Michael Kretschmer
1 de 1 Primeiro-ministro da Saxônia, Michael Kretschmer - Foto: Robert Michael /DPA

A polícia da Alemanha descobriu uma conspiração de grupos antivacina para assassinar o primeiro-ministro do estado da Saxônia, Michael Kretschmer.

De acordo com a polícia, os militantes contrários à imunização utilizaram um grupo criado no aplicativo Telegram com mais de 100 membros para articular o ataque. As mensagens trocadas pelo grupo apontam que seus membros têm armas de fogo e bestas que seriam utilizadas no assassinato do premiê.

O planejamento do crime deixou em alerta as autoridades alemãs, que tentam conter uma onda de protestos contra a vacinação obrigatória. Nas últimas semanas, houve um aumento das manifestações que envolvem algum tipo de ataque a médicos, políticos e jornalistas.

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Grupo conspirava pelo assassinato de Michael Kretschmer
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Manifestações contra as medidas preventivas crescem na Alemanha

REUTERS/THILO SCHMUELGEN
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Grupo conspirava pelo assassinato de Michael Kretschmer

Reprodução/WikimediaCommons

Na Saxônia, a polícia afirmou que a investigação focou nos cinco principais membros do grupo no aplicativo. Mandados de busca foram emitidos para diversos endereços das cidades de Heidenau e Dresden. Após as operações, as autoridades declararam que “a suspeita oficial foi confirmada”.

O comunicado da polícia identifica as ações do grupo como “a preparação de atos violentos que ameaçam o Estado”, mas não foi divulgado se algum dos suspeitos foi detido.

A operação foi o desdobramento de uma investigação que teve início após uma reportagem da emissora pública ZDF. Na matéria, foi revelado o conteúdo das mensagens do grupo no Telegram, em que os membros afirmam ser “unidos por sua oposição à vacina, ao Estado e à política de saúde atual”, segundo o Ministério Público.

O estado da suposta tentativa de homicídio tem uma das maiores taxas de infecção por coronavírus da Alemanha, além de possuir um dos menores índices de vacinação. A região, que tem vivenciado diversas manifestações de grupos antivacina, é abrigo do partido da ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD).  Metade dos não vacinados locais votou para esse partido, de acordo com uma pesquisa do Instituto Forsa (responsável por pesquisas sociais e análises estatísticas na Alemanha).

O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, disse nesta quarta durante um discurso no parlamento que seu governo não vai aceitar protestos violentos contra as medidas de prevenção. “Não toleraremos uma pequena minoria de extremistas desinibidos tentando impor sua vontade a toda a nossa sociedade”, afirmou.

Pelo menos 12 políticos, instituições públicas e meios de comunicação receberam pedaços de carne com ameaças de “resistência sangrenta” contra as medidas de prevenção, segundo a emissora de televisão alemã ARD.

Seguindo a onda de violência na Saxônia, um centro de vacinação foi alvo de um incêndio criminoso em setembro. No mês passado, um grupo de militantes foram até a casa do ministro do Interior  carregando tochas acesas como uma forma de ameaça. Uma ação parecida aconteceu neste mês em frente a residência do ministro da Saúde.

Para Scholz, “o que existe atualmente na Alemanha é a negação da realidade, as teorias de conspiração absurdas, a desinformação deliberada e o extremismo violento”. O premiê prometeu utilizar “todos os recursos do Estado democrático de Direito”.

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